segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Nossas Autorias #004 - Um Sopro de Vida: A Concepção do Amor

 
 
Por Diego Oliveira
 
 
O tempo não se fazia presente naquela ocasião. Tudo era absoluto, pleno e concordante com a resplandecente alvorada que, realmente, parecia não cessar.
 
Havia grande exaltação, pois finalmente seria anunciada a criação de uma Era que ditaria a verdadeira significância de valores, jamais vistos até então. Houve a necessidade da total expansão dos cosmos e dos corpos de inúmeras dimensões em que habitam a infinidade de seres, onde absolutamente nada ficaria inerte e à margem dessa nova orientação.
 
Apesar da grande ansiedade dos presentes, tudo era calmo e pacífico, como a leve brisa errante das manhãs: trazia o aroma do orvalho, que caíra por sobre as campinas verdejantes daquela linda imensidão, onde se fundia com as inúmeras flores de cores vivas, exibindo a paz que ali imperava.
 
Era logicamente fácil compreender que, naquele momento, a felicidade era vislumbrada e apreciada por muitos pela primeira vez. Todos que estavam regozijando harmoniosamente aquele momento, sem calcular a duração de tão importante fato, sabiam o motivo de estarem reunidos. Todavia, não imaginavam qual seria a nova orientação do Criador. Um fito que deveriam seguir para toda a eternidade...

A alusão ao todo que ocorria, unicamente na existência de todos àqueles que seriam encarregados de estabelecer com os nativos para onde iriam a interação com os mais próximos, era inevitável, devido à vastidão da multidão presente.

Notava-se, timidamente, a formação de pequenos grupos. Uns com três ou quatro, outros com trezentos ou mais, mas todos se uniam alegremente, sem ao menos trocarem uma só palavra. Apenas algumas afinidades lhes tocavam; o que faziam trocar alguns resguardados olhares em meio à multidão, espalhada por entre os campos que terminavam na linha onde iniciava o presente celeste azul do céu.

Um leve brilho ímpar iniciou-se. Tingiu-se gradativamente a calmaria daquele azul constante de infinita beleza, levando à crescente o silêncio que tomaria o lugar. Estava chegada a hora que tudo lhes seria esclarecido, acarretando no íntimo de cada um, uma mescla de medo, com o nascer da esperança de ter o privilégio de servir aos desígnios da Criação, mesmo sem saber quais meios lhes seriam ofertados.

Mas nada era comparado com o sentimento de satisfação que se fazia presente, talvez por saberem que aquele momento demoraria muito para se repetir, ou se conseguiriam guardar as imagens deste evento na lembrança, ou até mesmo se haveria um momento similar a este. Todos experimentavam inúmeras sensações, as primeiras de suas existências. Todos silenciaram para ouvir aquelas palavras:

“— Filhos, acalmem-vos! Pois a minha paz está convosco e estará para todo o sempre! Assim como agora estará o meu AMOR! Lhes dou a vida que chega de meu sopro, para que se integrem às criaturas existentes, providos desta certeza que vos trago. Obterão conhecimento para discernirem entre o bem e o mal segundo este princípio, e expiarão para proferir o adiantamento que todos necessitam. Obterão a minha essência, em períodos, para auxiliar no progresso: O das Leis, O dos Ensinamentos, O dos Esclarecimentos e o da Consagração. Estarão engajados de espalhar este legado à todos que estejam, ou não, corrompidos pelas influências de uma sede incessante, e espalharão tudo o que deste sentimento deriva, que mediante ao decorrer das existências, vos serão instintivamente sobressaltadas, pois esta é a verdade simples e sublime. Preservarão vossas individualidades, respeitando os que vos cercam e que vos cercarão, cativando este pensamento, quase inexistente no lugar onde irão. Saibam que sempre estarei presente, vos apresentando e sendo vos apresentados, pois aqui está a causa de vós, o amor que une a todos. Façam deste, com a pura caridade, fé e razão, o espelho onde deverão se refletir nesta minha imagem que vos acompanhará por toda a eternidade! ”

Houve assim, o princípio único, verdadeiro e singelo, como o início daquelas inúmeras existências individuais, tendo um único propósito: a ratificação do Amor, segundo as Leis de Deus, Nosso Senhor.

Todos que passavam por aquela provação do poder e da bondade do Criador, sentiam o emanar da paz, da fé e da esperança e do amor maior, para que seguissem seguros à realização da missão que lhes fora confiada. O que nada mais era que a realização do Bem-Maior, vindo diretamente de sua sábia e inesgotável fonte.
 

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