domingo, 21 de fevereiro de 2016

Críticas e Resenhas #006 - Os Livros de Harper Lee


A literatura de Harper Lee se traduz em obras que foram replicadas para mais de 40 idiomas. A prolixidade de sua obra prima: O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird), de 1960, lhe valeu o Prêmio Pulitzer no ano seguinte e uma adaptação premiadíssima no cinema em 1963, que consagrou o ator Gregory Peck na sétima arte. Depois afastou-se da literatura e de todas as outras literatices. Esqueceu o mundo e o mundo esqueceu-a. Até que em 2015 publicou outro livro, o seu segundo em vida, que se tornou um dos maiores acontecimentos literários do ano. Harper Lee morreu esta sexta-feira, aos 89 anos. As causas da morte não foram ainda reveladas.



Título: O Sol é Para Todos

Autora: Harper Lee 
Editora: José Olympio 
ISBN: 9788503009492 
Páginas: 363 
Edição: 1 
Tipo de capa: Brochura 
Ano: 2006 
Assunto: Literatura Estrangeira / Romances 
Idioma: Português 
Dimensões:  22,8cm x 15,6cm x 2,8cm
Peso: 0,440 Kg



O 1º romance lançado pela escritora norte-americana é leitura obrigatória nas escolas dos Estados Unidos. É um título emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930, auge da Grande Depressão, e enfrenta represálias da comunidade racista. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.

Narrado em primeira pessoa pela personagem "sensível" Jean Louise Finch, ou Scout. A história se passa na pequena cidade de Maycomb County, Alabama. Típico das cidades pequenas, todos os moradores se conhecem e sabem da vida uns dos outros. Os sobrenomes em Maycomb significam um estilo de vida e determinam a personalidade dos indivíduos da família, por exemplo.

O romance foi eleito pelo Librarian Journal como o mais importante do século XX e é dividido em duas partes. Na primeira, Scout nos apresenta os moradores de Maycomb, sua família e amigos. Ela vive com o irmão, Jem, e o pai, Atticus, um advogado reconhecido e respeitado por seu trabalho.

Nesses primeiros capítulos também conhecemos Dill, um garoto um ano mais velho que Scout que vem passar o verão em Maycomb com sua tia, a Srta. Rachel. Juntos, as três crianças – Scout, Jem e Dill – brincam e aprontam. Um dos passatempos preferidos é tentar tirar o vizinho recluso dos Finch, o Sr. Arthur Radley ou “Boo” Radley, de dentro de casa.

Já no final da primeira parte, começamos a conhecer um lado preconceituoso da cidade. Atticus Finch é nomeado advogado de defesa de Tom Robinson, um negro acusado injustamente de estuprar uma garota. Daí para frente, tanto Atticus quanto as crianças sentirão o peso de “estar do lado dos negros”. Ao longo da segunda e última parte, se acompanha os desdobramentos do caso e o julgamento de Tom.

O fato da história ser contada por uma criança dá um toque especial neste livro. Tudo, é claro, repleto de medo e de aventura. Scout começa a narrativa com seis anos e termina com oito. As crianças se revoltam com a injustiça presente em sua comunidade e não entendem porque as pessoas agem daquela forma. Em uma das passagens do livro, afirma Atticus a um dos filhos: "...as barbaridades sempre aconteceram, sempre irão acontecer", e parece que somente as crianças parecem se sensibilizar com isso.

O romance permeado por valores da moral cristã e iluminado por questões éticas que ajudam a reforçar a visão de justiça e democracia que a América faz dela mesma. Atticus Finch, o pai-herói da história, chegou até a influenciar no batismo de inúmeros bebês nascidos no país nas últimas décadas. O contraste linguístico entre a empregada negra da casa e a menina narradora, uma das poucas a transitar tranquilamente entre esses dois mundos, é outro ponto alto da leitura.

A escrita e o ritmo da história são impecáveis. Além de deixar o gostinho de quero mais ao final da leitura, o título é, realmente, um romance que aborda a delicada questão da segregação racial, mas, mais ainda, fala sobre o amadurecimento de todos nós e como deixamos para trás algumas experiências e valores quando envelhecermos.

Já vendeu mais de 30 milhões de cópias só Estados Unidos e ganhou até uma recomendação do presidente Barack Obama, que proferiu o seguinte elogio: “Este é o melhor livro contra todas as formas de racismo”.



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    Mas não para por aí. Chegou às livrarias no ano passado, cinco décadas depois do lançamento do romance original, o Vá, Coloque Um Vigia (Go Seta Watchman), inspirado em Truman Capote, amigo da escritora.. Mesmo com a autora já vivendo em um asilo e, muito provavelmente sem condições de consentir com a publicação da obra, o público está tendo acesso ao novo título, que está fazendo um sucesso estrondoso, superando rapidamente a marca de 1 milhão de exemplares vendidos e desbancando títulos da lista dos best-sellers livros.


    Título: Vá, Coloque Um Vigia

    Autora: Harper Lee
    Tradutora: Beatriz Horta
    Editora: José Olympio 
    ISBN: 9788503009492 
    Páginas: 363 
    Edição: 1 
    Tipo de capa: Brochura 
    Ano: 2015 
    Assunto: Literatura Estrangeira / Romances 
    Idioma: Português 
    Código de Barras: 9788503009492
    Dimensões:  22,8cm x 15,6cm x 2,8cm
    Peso: 0,440 Kg


    Nesta espécie da rascunho do primeiro livro da autora, a história pula para a década de 1950. Scout, volta à sua pequena cidade natal, Maycomb, no Alabama, para visitar o pai, Atticus. A época fervilha os dos debates sobre segregação, e os Estados Unidos estão divididos em torno de questões raciais.

    Confrontada com a comunidade que a criou, mas da qual estava afastada desde sua mudança para Nova York, Scout passa a ver sua família e amigos sob nova perspectiva e se espanta com inconsistências referentes à ética e a pensamentos nos âmbitos político, social e familiar.

    Acontece que no título, que foi curiosamente composto antes de "O Sol é Para Todos", Harper Lee desconstrói a figura do herói, ditando o fim da inocência e do idealismo. O advogado idolatrado pela defesa que fez do negro acusado injustamente de estupro aparece como um sujeito racista, escravocrata e simpático ao nazismo. Ainda assim, mesmo não sendo mais nenhum garoto há tempos, Atticus apresenta a mesma retidão e estilo bem humorado de lidar com as coisas.

    Essa reviravolta na personalidade de Atticus revoltou, compreensivelmente, muitos leitores e incomodou diversos críticos, que não viram sentido na mudança de postura do personagem. No entanto, a mensagem, proposital ou não, que Harper Lee deixa com isso é bastante clara: não existem heróis. Ninguém tem uma vida irrepreensível. E é melhor não cultivar idolatrias, nem mesmo por pessoas fictícias.

    Em suma, ler os livros na sequencia darão a impressão que foram escritos por pessoas diferentes. Apesar de parece mais como um livro requentada, com algumas passagens constrangedoramente idênticas, sem muita originalidade literária, o título vem a ser uma espécie de final alternativo para a história original.



  • Recomendando, Nota:



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    É isso por hoje, galera. Depois deixa seu comentário para nós. Curtiu?
    Até a próxima!

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