Eu estava esperando o momento ideal para fazer uma crítica, e “Crash: Uma Breve História da Economia” foi o meu escolhido. Por ser um livro informativo sobre economia, pode ser julgado por muitos como um pé no saco, mas não é bem assim. O modo em que o autor Alexandre Versignassi escreveu esse livro foi, sobretudo, de fácil compreensão. Esse livro é ideal para quem quer entender um pouco mais sobre economia, mas não tem paciência para ler os clássicos como “O Capital”, de Karl Marx.
“Crash: Uma Breve História da Economia” é muito mais do que um livro, apenas, de economia. Com um leve toque de humor, a narrativa se desenvolve, e somos surpreendidos com abordagens de biologia e principalmente história. A quantidade de conhecimento que o autor nos passa, no decorrer dessa leitura, é magnifico. Entre algumas histórias, eu fiz as sínteses de algumas partes do livro, para exemplificar a vocês:
• Primeira Locomotiva do Mundo:

Obra do engenheiro inglês Robert Stephenson, criador da primeira locomotiva a vapor do mundo capaz de transportar pessoas, a Rocket andava a 50km/h. Mas para colocá-la em prática, investidores lançaram ações para construção de uma ferrovia ligando Manchester a Liverpool (56km). O público adorou, e rendeu tanto dinheiro aos acionistas quanto uma máquina de tele transporte renderia hoje.
Por exemplo: você compra R$100 mil em ações e a cada 12 meses recebe R$50 mil limpo. É um ótimo investimento, mas vocês conferem o que aconteceu com as ações, no livro.
• Evolução do Homem:
Na pré-história, alguns dos homens natufianos (10.000 a. C, na Palestina) mantinham sua base alimentar com gazelas. Em gerações anteriores, eles matavam todos os animais e quando o alimento entrasse em escassez eles mudaram sua estadia para um lugar com maior variedade de animais, e isso predominou durante muitos anos, porém, um grupo em específico mudou essa história quando aprenderam que se matassem apenas alguns dos machos, o alimento ainda continuaria intacto, já que apenas meia dúzia de machos eram o suficiente para a fecundação nas fêmeas, sendo assim, a próxima geração de alimento estaria garantida, certo? Errado. Os homens natufianos tinham preferencias pelas maiores gazelas, então eles matavam todos os machos grandes e sobravam só os mirradinhos para as fêmeas reproduzirem, isso gerava cada vez mais gerações de nanicos, até que não seria o suficiente para alimentar o bando. Um pouco mais tarde eles aprenderam a lidar com isso, mas custou a extinção de inúmeros mamíferos até que essa técnica fosse aperfeiçoada totalmente.
• O Surgimento do Futebol:

Depois de viver o boom das linhas ferroviárias, a Inglaterra se encheu de engenheiros especializados na atividade ferroviária. Um desses engenheiros foi James Brunlees, que tinha 13 anos quando a Rocket foi criada, e viveu seus primeiros anos como profissional na era dourada das ferrovias. Ficou conhecido na década de 1850 por conseguir montar linhas em terrenos difíceis, usando tuneis e viadutos para vencer a topografia. James Brunlees era o que o Brasil precisava naquele momento.
Barão de Mauá, o maior empreendedor do Brasil no século XIX, era fã de estradas de ferro e tinha passado pela Inglaterra, em 1840, e voltou empolgado para encher o sudeste do Brasil de ferroviárias: elas seriam importantes para levar as produções de café, açúcar e algodão para o porto de Santos. A primeira construção foi feita com sucesso em 1854, uma linha de 14km ligando a baía de Guanabara até Petrópolis, voltada para o transporte de passageiros. O sucesso do projeto abriu portas para uma missão mais difícil: ligar o porto de Santos ao interior de São Paulo.
O problema é que no meio do caminho entre o porto e as plantações, havia uma "pedra" enorme chamada Serra do Mar, o paredão de quase 1 km de altura que separa Santos e São Paulo. Desta forma, em 1859, o Barão de Mauá chama o melhor dos engenheiros para construir linhas em terrenos inóspitos: James Brunlees.
A empresa responsável por fazer a linha que ligasse Santos a Jundiaí, passando pela capital paulista, ficou sob o comando do escocês e ganhou nome de São Paulo Railway Company, e aí vem o futebol.
Brunlees trouxe vários engenheiros e técnicos britânicos, para coordenarem o projeto. Um deles foi outro engenheiro escocês: John Miller, que se estabeleceu por aqui, casou com uma brasileira e teve um filho: Charles Miller.
O garoto, que nasceu no Brás, ao lado da estação de trem, foi estudar em Southampton, no sul da Inglaterra. Por lá, se identificou com um esporte que tinha virado febre no Reino Unido no fim do Século XIX: o futebol.
Voltou ao Brasil em 1894, aos 20 anos, para trabalhar na São Paulo Railway. Trouxe na bagagem duas bolas de couro, uma bomba para enche-las, uniformes e um livro de regras. O primeiro jogo do país aconteceu logo em seguida, na Vila Ferroviária de Paranapiacaba (Santo André/SP), onde Miller reuniu os operários da sua empresa e de outra companhia britânica no Brasil, a São Paulo Gas Company. A partida terminou em 4x2 para a São Paulo Railway. Em 1910, operários da São Paulo Railway fundariam o Sport Club Corinthians Paulista, e o resto vocês já sabem.
Não haveria palavras para eu descrever sobre o que esperar desse livro, então eu decidi sintetizar algumas partes e colocá-las aqui para vocês, para que tenham uma ideia do tamanho de conhecimento que esse livro nos transmite.
Com certeza, está no meu Top 10 de melhores livros informativos. A riqueza de detalhes. juntamente com a fluidez e facilidade para ler, o rendeu uma nota justa, nesta resenha:
Onde comprar? http://www.saraiva.com.br/crash-uma-breve-historia-da-economia-3534468.html
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