domingo, 28 de fevereiro de 2016

Dicas de Leitura #007 - O Afeganistão Para o Mundo


Se você clicou no título ou no "Leia Mais..." desta postagem, prepare-se. Nossa cultura ditada "ocidental", muitas vezes, pode incorrer em percepções dúbias acerca do que se faz do outro lado do mundo. Quando se ouve falar dos árabes, muçulmanos, Oriente Médio ou Afeganistão, a única coisa que a mente de muitos se faz concluir é "Terrorismo".

A percepção limitada ou pautada pelas incessantes notícias de violência e atentados mundo afora, contribui com a manutenção da ignorância, sobretudo naqueles que pouco conhecem dos termos citados acima. A mídia Ocidental no pós 11 de Setembro se tornou a principal formadora dessa opinião, onde paira a rivalidade e aversão entre o Oriente e o Ocidente.

Hoje, nossas dicas de leitura dão referencias que contribuem para mostrar ao mundo, que entre os povos, independente de suas culturas, não há diferenças: todos somos humanos. É possível viver sem rótulos, e deixar de praticar o ato de rotular, quando se busca descortinar o desconhecido e aproveitar as janelas que mostram a luz do conhecimento.


Khaled Hosseini - Durante entrega do John Steinbeck Awards - 2014, no qual foi homenageado. DIVULGAÇÃO


Khaled Hosseini nasceu em 1965, em Cabul. É o autor de romances best-sellers que, somados, venderam mais de 40 milhões de cópias em todo o mundo. Seu pai trabalhava como diplomata, e quando ele tinha 11 anos, a família se mudou para a França. Enquanto residia em Paris com a família, comunistas tomaram o poder do Afeganistão por meio de um golpe de estado, impossibilitando-os de retornar ao seu país de origem. Assim, a família Hosseini precisou de asilo político nos Estados Unidos e passou a residir em San José, na Califórnia, além de contar com a ajuda governo norte-americano para manter-se. Lá, ele frequentou a escola norte-americana com pouquíssimo conhecimento da língua inglesa, e mais tarde tornou-se um cidadão. onde se formou médico e fixou residência. É casado e tem dois filhos.

Quando criança, Hosseini leu desde poesias persas a romances como Alice no País das Maravilhas e a séries de investigação e mistério. As lembranças de um Afeganistão pré-invasão soviética e suas experiências pessoais o levaram a escrever o seu primeiro romance, que o projetou internacionalmente:



Título: O Caçador de Pipas
 
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira / Ediouro
Tradução: Maria Helena Rouanet
ISBN:  9788520917671
Ano:  2005
Edição:  1
Número de páginas:  367
Acabamento: Brochura
Dimensões: 23cm x 16cm
Formato:  Médio
Assunto: Romance / Literatura Estrangeira
Peso: 0,582 Kg
Idioma: Português




O romance narra a singela amizade entre Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem mundos muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas.

E é justamente durante um campeonato de pipas, durante o inverno afegão, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar esta oportunidade, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão.

Vinte anos se passam. Sua terra foi dominada pelos extremistas Talibãs e subjugado pelos Estados Unidos. Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.

Transformado em filme em 2007 pelo diretor Marc Forster, o romance há mais de uma década emociona leitores de todo o mundo. E mostra um prisma onde os afegãos são extraordinariamente otimistas.



  • Super Recomendando, Nota:



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    O segundo livro do autor, segue a mesma linha linguística que o consagrou, onde trata de abordar o delicado tema da opressão à mulher. Minhas impressões ao ver o livro, foi de uma capa feia, um título mal traduzido, e de que lá havia uma história requentada. E claro, a máxima não se fez verdadeira. Caí, literalmente, do cavalo com este livro, pois ele é tão bom quanto o primeiro.

    Em "A Cidade do Sol", Hosseini retrata uma realidade cultural do Afeganistão, que vêm antes do regime Talibã, que está totalmente fora de consonância com a realidade moderna. O autor se inspirou durante uma viagem a Cabul, em 2003, onde relata ter visto uma mulher sendo espancada na rua por um soldado extremista. A história em três atos, mostra duas mulheres sob a tirania de um mesmo homem:



    Título: A Cidade do Sol
     
    Autor: Khaled Hosseini
    Editora: Nova Fronteira / Ediouro
    Tradução: Maria Helena Rouanet
    ISBN:  9788520920107
    Ano:  2007
    Edição:  1
    Número de páginas:  368
    Acabamento: Brochura
    Dimensões: 23cm x 16cm x 2cm
    Formato:  Médio
    Assunto: Romance / Literatura Estrangeira
    Peso: 0,510 Kg
    Idioma: Português



    Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.

    Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: 'Você pode ser tudo o que quiser'. Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.

    Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece - Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do 'todo humano', somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.

    As duas personagens passam por dramas e angústias semelhantes, mas sofrem de forma completamente diferente. Um exemplo: se ambas são espancadas pelo marido a maneira como encaram o fato faz com que o leitor veja uma grandeza particular em cada personagem. Longe dos estereótipos de um dramalhão mexicano, o livro traz um desfecho digno das suas protagonistas sem ser tendencioso ou conveniente.



  • Super Recomendando, Nota:



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    Em maio de 2013, a Globo Livros adquiriu os diretos de editar os livros do autor no Brasil. E publicou O Silêncio das Montanhas, que se mantém na lista dos livros mais vendidos desde seu lançamento.


    Título: O Silêncio das Montanhas
     
    Autor: Khaled Hosseini
    Editora: Globo Livros
    Tradução: Claudio Carina
    ISBN:  978852505408
    Ano:  2013
    Edição: 1
    Número de páginas:  352
    Acabamento: Brochura
    Dimensões: 23cm x 16cm x 2cm
    Formato:  Médio
    Assunto: Romance / Literatura Estrangeira
    Peso: 0,480 Kg
    Idioma: Português




    Menos linear do que os anteriores e composto por uma intrincada estrutura de saltos cronológicos, a trama passa por diversas gerações e segredos de família. Traz como protagonistas os irmãos Pari e Abdullah, que moram em uma aldeia distante de Cabul, são órfãos de mãe e têm uma forte ligação desde pequenos. Assim como a fábula que abre o livro, as crianças são separadas, marcando o destino de vários personagens.

    Paralelamente à trama principal, Hosseini narra a história de diversas pessoas que, de alguma forma, se relacionam com os irmãos e sua família, sobre como cuidam uns dos outros e a forma como as escolhas que fazem ressoam através de gerações. Assim como em seus livros anteriores, o autor navega pelas maneiras de como os membros sacrificam-se uns pelos outros, e muitas vezes são surpreendidos pelas ações de pessoas próximas nos momentos mais importantes. Mas desvia-se do estilo literário encontrado em suas duas primeiras obras.

    O título externa a importância das relações pessoais e como escolhas influenciam diretamente no futuro de quem decide e dos demais envolvidos. A história é bem impactante e denota os mais diversos sentimentos. Assuntos como miséria, poder, guerra, homossexualismo, laços de família, opressão, maus tratos e muitos outros são abordados de forma extraordinária. Prepare-se para se emocionar e refletir bastante, pois ele trás uma visão diferente a cada um que o lê.

    Segundo o próprio Hosseini, o novo título "fala não somente sobre a minha própria experiência como alguém que viveu no exílio, mas também sobre a experiência de pessoas que eu conheci, em especial os refugiados que voltaram ao Afeganistão e sobre cujas vidas tentei falar tanto como escritor quanto como representante da Organização das Nações Unidas. Espero que os leitores consigam amar os personagens de O Silêncio das Montanhas tanto quanto eu os amo".

    Vale a pena conhecer seus livros, pois tratam de histórias realmente genuínas e verdadeiras, e não apenas melodramáticas com se pode ler por ai. O próprio Khaled já mencionou uma vez: "a realidade sempre será mais dramática do que a imaginação de alguém poderia suportar". O autor foi nomeado Representante Voluntário do Alto Comissariado de Refugiados das Nações Unidas (UNHCR), a Agência de Refugiados da ONU, em 2006. E inspirado por uma viagem que fez ao Afeganistão com o órgão, criou a Fundação Khaled Hosseini, uma instituição sem fins lucrativos que oferece assistência humanitária aos afegãos.



  • Super Recomendando, Nota:



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    Se você já leu algum dos títulos, deixa seu comentário aí embaixo.
    Ou se essa dica te ajudou a escolher os livros de Hosseini, deixa seu comentário aqui depois.
    Um abraço pra vocês, galera!
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    quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

    Dicas de Leitura #006 - Um Ensaio Sobre Umberto Eco


    Tive a oportunidade de conhecer uma pequena parcela da grande obra feita por Umberto Eco, durante a faculdade de jornalismo. Não sabia, naquele momento, que o magnifico filme "O Nome da Rosa" era baseado em um livro de sua autoria. Mas vamos falar deste título mais adiante.

    A imprensa brasileira se fartou em usar uma de suas muitas frases, "as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis", para dar consonância à noticia de sua morte. O catedrático sucumbiu a uma batalha travada por 2 anos contra um câncer no pâncreas. Faleceu na sexta feira passada, em sua casa em Milão e perto de seus livros. Sua obra, vai muito além que uma síntese veiculada nos telejornais tupiniquins. E, nesta postagem, além de registrar uma singela homenagem, tentarei apresentar como dicas, alguns dos poucos títulos deste mestre, cujo lamento sua morte e o breve conhecimento de sua vasta obra.

    Durante sua trajetória, Eco recebeu 40 graus Honoris causa de universidades ao redor do mundo. Em 2000, foi agraciado com o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades (na Espanha). O filho de um contador, se estabeleceu com a família em um pequeno vilarejo na região montanhosa de Piemonte, noroeste da Itália, por conta da Segunda Guerra Mundial.

    Jornalista, especializou-se em filosofia medieval, literatura e cultura de massa. Foi um dos pioneiros em abordar teorias para a linguagem televisiva, se destacando como um dos mais importantes teóricos da comunicação. Lecionou nas principais universidades do mundo, inclusive no Brasil. Em muitas delas, fundou cursos de Ciências da Comunicação e Ensino Superior de Humanidades.

    Semiólogo, linguista, Eco se considerava filósofo de ofício e escritor nos finais de semana. Em uma cena do documentário Sulla Memoria (algo como "sobre memória", em português), de 2015, o escritor Umberto Eco, percorre os vários corredores de sua biblioteca. É de deixar qualquer um de queixo caído. A "anti-biblioteca", do escritor e pesquisador tem mais 30 mil títulos – e, para acomodar tudo isso, ele transformou o espaço, que originalmente era um hotel, em flats.



    Agora você deve estar pensando: anti-biblioteca? Como assim?

    São raros os quem entendem que uma biblioteca particular não serve para inflar o ego, mas sim, uma ferramenta ampla de pesquisa. Os livros já lidos são muito menos valiosos que os não lidos. Uma  biblioteca que se preze, como dizia Eco, deveria conter o máximo do que você não conhece conforme seus recursos financeiros. Com eles, se vai acumulando mais conhecimento e mais livros conforme se envelhece. E na medida do crescente número de livros não lidos nas prateleiras, eles nos olharão ameaçadoramente. Na verdade, quanto se acumula conhecimento, maiores são as fileiras de livros não lidos.

    Vou compartilhar aqui, o primeiro livro que li do autor, cujo a sensação de finalizar a leitura, me deixou extremamente assustado com o futuro da humanidade:



    Título: Apocalípticos e Integrados
     
    Editora: Perspectiva
    Páginas: 386
    Coleção: Debates, V.19
    Tradutor: Perola de Carvalho
    Idioma: Português
    Edição: 7
    Assunto: Literatura Internacional / Teoria e Critica Literária
    Ano: 2015
    ISBN: 8527301571
    Encadernação:  BROCHURA
    Dimensões: 20,5cm x 11,5cm x 2cm
    Peso: 0,36 kg





    Este é um livro teórico e acadêmico da comunicação. Mas trata-se de um clássico para quem quer compreender melhor as relações entre mídia, indústria e cultura. Lançado em 1991, o livro aborda conceitos como diferença entre alta cultura (erudição) e cultura de massa. Detalha os produtos culturais que são referência, tais como o Super-Homem e Charlie Brown, além de discorrer sobre a natureza das linguagens da cultura de massa.

    Umberto Eco trabalha de maneira clara, objetiva e direta, sempre correlacionando tudo o que escreve com a literatura canonizada e comum. Traz às origens a esfera da cultura. Compila uma série de ensaios a respeito da questão.

    Em suma, Apocalípticos e Integrados são os termos que se definem por "genérica" e "polêmica". As duas palavras "fetiches", nomeadas pelo autor, servem para designar as correntes teóricas: os críticos da Escola Teórica de Frankfurt e os teóricos funcionalistas. Para Eco, "O apocalipse é uma obsessão do desinteresse, a integração é a realidade concreta dos que não dissentem".

    Em uma crítica da crítica, relendo teorias comunicacionais já superadas, Eco vê a pertinência da contestação dos estudiosos alemães no aspecto de que os funcionalistas pretendem emergir a sociedade na alienação para a condução manipulada de suas funções. Cita que a cultura (popular), "saída de baixo" ou "de cima" é construída para consumidores indefesos, pois a sua pretensão é conduzir a sociedade para à massificação e consequentemente tirar proveito com o lucro dessa alienação.

    A visão do autor, passado certo tempo de sua obra, acabou por ser superada por outras teorias comunicações. Mas o livro em si é extremamente reflexivo para com processos comunicacionais presentes até hoje na sociedade contemporânea.




  • Recomendando, Nota:



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    Umberto Eco também colaborou em diversos periódicos acadêmicos e jornais italianos, se notabilizando ainda como romancista. Desta safra, destaco dois deles:


    Título: O Nome da Rosa
     
    Autor: Umberto Eco
    Editora: Record 
    Páginas: 546
    Ano: 2009
    Edição: 1 
    Tradutor: Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade 
    ISBN: 9788501081407 
    Peso: 0.20 Kg
    Dimensões: 21cm x 14cm x 1cm 
    Idioma: Português 
    Acabamento: Brochura




    Pra quem não viu o filme, vou deixar um clip/trailer para ambientar a história:




    O professor lamentava ter tido um estrondoso sucesso em seu primeiro romance ficcional. Lançado em 1980, o livro combina semiótica, ficção, análise bíblica, estudos medievais e teoria literária. Conta a história do frei Guilherme de Baskerville, um ex-inquisidor, enviado para investigar um mosteiro franciscano italiano, cujos monges são suspeitos de cometer heresias e assassinatos. A história, que se passa em 1327, envolve mortes misteriosas, crueldade e sedução erótica.

    O título foi traduzidos para 47 idiomas e teve mais de trinta milhões de cópias vendidas. O livro é uma primor por sua hibridez: é ao mesmo tempo erudito e simples. Suas múltiplas facetas trazem estórias mescladas de falsas subtrama que parece pouco interessante de início, mas que ganha em intensidade e importância de maneira orgânica, sem que percebamos.

    Apesar de ser uma história de investigação, há muito mais que isso. A presença terrível da biblioteca da abadia onde se desenvolve a trama, faz uma referência pessoal do autor para com o escritor e amigo argentino Jorge Luis Borges. Apesar dos retratados no livro, Eco traz a luz sua paixão pelos livros. Eles são a alma de "O Nome da Rosa".

    Com um final extremamente simbólico, o livro é simplesmente um dos mais bem escritos em língua latina de todos os tempos, digno apenas de quem possui um repertório extremamente rico e amplo.






  • Recomendando, Nota:



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    O complexo pensamento de Umberto Eco, surpreende por seu perfeccionismo cultural. O contemporâneo no que se refere a filosofia, cosmologia, teologia e história, com um toque de humor do escritor, que se mostra avesso a cronologia neste título:



    Título: O Pêndulo de Foucault
     
    Autor: Umberto Eco
    Editora: Record 
    ISBN: 8501034665
    Páginas: 563
    Tradução: José Colaço Barreiros
    Dimensões: 21cm x 14cm x 3cm 
    Peso: 0.59 Kg
    Edição: 9 
    Ano: 2004 
    Idioma: Português 
    Acabamento: Brochura




    Milão, início da década de 1980. Cansados da leitura e releitura de incontáveis manuscritos de ciências ocultas, os personagens acabam encontrando os indícios de um complô que teria surgido em 1312, e atravessado, encoberto, toda a história do planeta até o fim do século XX.

    Em O Pêndulo de Foucault, Umberto Eco aborda questões como a emergência do irracionalismo high-tech, as síndromes do final do milênio, o mundo dos signos e os segredos da História.

    Um trio de colaboradores – Belbo, Diotallevi e Casaubon – de uma editora italiana especializada em livros espiritualistas trabalha na criação de uma coleção mística, e acaba por desenvolver o que eles denominaram "O Plano", uma espécie de Conspiração Final que envolve todas as sociedades secretas do mundo e a reescrita de séculos de história mundial desde as primeiras cruzadas e a ascensão do poder dos Cavaleiros Templários.

    O título traz referência a um dos maiores e mais importante experimentos científicos já realizados até a atualidade. Idealizado pelo francês Léon Foucault, o pêndulo montado no Phantéon francês em 26 de março de 1851, conseguiu demonstrar que a Terra gira em torno do seu próprio eixo e ao redor do sol, e não o contrário.

    De todo, não será uma leitura tão fácil, mas que se demonstrará, mais proveitosa por conta das várias referências históricas empregadas. Em suma, um romance histórico que não apela a ser lido ato. A densa história requer o uso do bem mais estimável de todos, o pensamento.






  • Recomendando, Nota:




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    • Dica Especial:

    Por conta do falecimento do autor, foi antecipado o lançamento de novas edições de sua obra derradeira, não menos especial:


    Título: Número Zero
     
    Autor: Umberto Eco
    Tradutor: Ivone C. Benedetti
    Editora: Record
    ISBN: 9788501104670
    Dimensões: 13,5 x 20,5
    Páginas: 240
    Ano: 2015
    Edição: 4ª
    Idioma: Português 
    Acabamento: Brochura





    O livro é uma espécie de ensaio sobre os rumos do jornalismo, e o seu emprego para o mal. Foi ambientado na redação de um jornal imaginário, onde um grupo de redatores, reunidos ao acaso, prepara um jornal (O “Amanhã”), embora não se trate de um jornal informativo; O objetivo do periódico é chantagear, difamar, prestar serviços duvidosos a seu editor.

    Um redator paranoico, vagando por uma Milão alucinada (ou vice versa), rememora cinquenta anos de história sobre um prisma diabólico, que gira em torno do cadáver putrefato de um pseudo-Mussolini.

    Nas sombras, a Gladio, a loja maçônica P2, o assassinato do papa João Paulo I, o golpe de Estado de Junio Valerio Borghese, a CIA, os terroristas vermelhos manobrados pelos serviços secretos, vinte anos de atentados e cortinas de fumaça — um conjunto de fatos inexplicáveis que parecem inventados, até um documentário da BBC mostrar que são verídicos, ou que pelo menos estão sendo confessados por seus autores.

    A sensação é a de percorrer sem saber se a epopeia é real ou algo que foi inventado ou simplesmente gravado ao vivo. Uma história que se passa em 1992, na qual se prefiguram tantos mistérios e tantas loucuras dos vinte anos seguintes. Sem dúvida, um ano particular para a Itália contemporânea, marcada pelos escândalos de corrupção e pela Operação Mãos limpas, que arrasou com boa parte da classe política da época.

    Uma aventura trepidante e singular que se desenrola na Europa do fim da Segunda Guerra até os dias de hoje. Para a realidade política brasileira, os imbróglios são super atuais. Em uma reflexão ampla, é um romance sobre a morte lenta e gradual do “Amanhã”. É um retrato desiludido de Itália contemporânea e fracassada, como se ali tivesse falhado o projeto de construção de uma nação.






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    Espero que curtam as sugestões. Comentem;
    Abraços!
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    domingo, 21 de fevereiro de 2016

    Nossas Autorias #006 - Um Ímpeto em Paris

     
     
    Por Diego Oliveira
     
    O primeiro passo da vida é decidir o que queremos. E o primeiro passo é sempre o mais difícil, os demais, já ficam um pouco mais fáceis. Foi assim, quando em setembro de 1842 embarquei rumo a França, para comerciar e tentar a vida por lá. Jamais podia imaginar a extraordinária sucessão de acontecimentos que me estavam reservados. Atracar em Le Havre de Grâce e ver a simplicidade daquele povo e a simpatia local foram os meus primeiros espantos em terras estrangeiras. Mas o meu futuro era em outro lugar.
     
    Paris foi o lugar aonde o homem resolveu brincar de ser Deus. Construiu a mais bela e a mais augusta cidade já feita pela mão do homem. As ruas possuem traços sublimes e impactantes, e não podemos nos afastar das impressões que elas causam nas nossas mentes. Muita efervescência de sensações, de pessoas em uma ebulição atabalhoada, muita nobreza e muita gente simplória. Aqueles sons que nos roubam a atenção, os perfumes que nos assaltam como piratas, as guloseimas das vitrines que furtam nossa saciedade... Havia beleza até nas infindas obras, de especificidades engenhosamente indescritíveis.
     
    A vida tem seu instinto próprio, ela sabe como encontrar o caminho dos prazeres, qual rio que busca a foz no mar levando consigo um irresistível desejo de plenitude e imensidão. No silêncio das imagens que me vêm à mente, guardo os vigorosos jardins e as mulheres. Sim, as mulheres. Muitas, tantas... Os adjetivos são ínfimos ante a suprema obra-prima da criação. Em tudo, aos vinte anos, os prazeres requintados da imaginação me levam a crer que os jardins são reles adornos da paisagem a engrandecer a moldura que é a vida, retratada na graça da mulher.
     
    Os escritores usam de inúmeros artifícios literários que pareça capaz de dar a maior intensidade de vida possível a seus personagens. Mas o que relato agora, é a mais suprimida versão do torpor doce, quente e lancinante que tive em meus primeiros momentos franceses.
     
    Ser estrangeiro nos dá a avidez de conhecer o que há nas paragens locais. Já estabelecido em um cômodo velho e úmido, no rés-do-chão de um boticário em Montreuil, fui rodar pela localidade. O incômodo causado pelos deserdados da prosperidade e pelos vagabundos isoladamente só se vê suplantado pelo medo deles em multidão. Era uma imunda, mas disciplinada corja de esfomeados e moribundos.
     
    Em tal número podiam se contar as crianças. Na minha breve jornada até a Place de la Concorde, vi as mais diversas criaturinhas. As mais curiosas e intrigantes andavam sempre em turmas. Pequenos de camisas sujas e calças cujas as pernas, crescidas há algum tempo, não mais abrigava em seu tecido. Eram tão numerosos quanto aos piolhos, ou os tijolos, ou talvez as madeiras tortas que estruturavam prédios ou devo chamar de casas... Não sei.
     
    Chego à praça para contemplar a majestosa arquitetura, além de ver o monolito vertical, do obelisco de Luxor, que deixou de marcar dos domínios do Faraó Egípcio, para exaltar os feitos do reino no oriente. E absorto na minha estupefação, vejo um casal. Talvez estivessem praticando o ato da contemplação, assim como eu. Mas foi aí que me atentei aos detalhes.
     
    Não resisti a cobiça. A jovem mulher era naturalmente limitada pela timidez de um meio sorriso, mas extremamente maravilhosa sob um parasol vitoriano rendado, de haste levemente polida e arqueada, pousado por sobre o ombro. Um gorro com aba larga de cetim, e uma fita azul para combinar com o vestido. Não usava véu, nem luvas. Seu penteado preso, denunciava um longo cabelo de anéis louros, quase avermelhados e um rosto alvo, sadio, marcante, firme e um tanto lúdico. O cavalheiro que a tinha, devia ter muita sorte, ou seria mais um dos burgueses que podiam comprar o mais opulento dos exemplares desta estirpe que já vi na vida.
     
    Em minha observação, cheguei a pensar por conta da forma em que os dois evoluíam na marcha lenta do passeio, que a jovem mulher sofria verdadeiramente. O nobre da cartola, definitivamente a tinha por posse, e não a fazia feliz. Estava certo disso. Talvez a estivesse vendo pela primeira e a última vez na vida. Mas sua expressão não se regalava. Com o mesmo ar altivo e jocoso me retribuiu o olhar.
     
    Naquele momento, tinha a opção de manter minha contemplação, ou ir em busca de mais daquela jovem mulher. Saber de sua vida, onde vivia, como estava. Segui-la de fato. Talvez minha inquietação por ela pudesse passar em algum momento, mas era uma energia que me consumia o ser e vibrava na alma. Estava provando dos sabores dessas casualidades da vida que nos transcendem deste mundo material e egoísta. Ou estaria eu, feito escravo do desejo e do egoísmo lhe furtar do matrimônio?
     
    Não conheço muitos homens cuja coragem e a audácia culminasse na atitude que tomei. Enquanto os guardas dos arcanos do coração nos impedem de chegar a seus críticos de existência íntima, cuja verdadeira dimensão, caráter e moral nunca pode ser bem conhecido, fiz algo que em nada causa demérito ao que fazem em paredes internas de um sanatório mental.
     
    Abordei o casal. Ela era ainda mais perfeita e viçosa quando vista a dois palmos de distância. Perguntei ao nobre cavalheiro se havia um lugar ali chamado: Jardin des Tuileries. Logo, o homem, que me pareceu um pouco mais velho de quando o observava, notou meu jeitão inglês. Quando ele se virou para me indicar a direção, entreguei à dama um papel: “Convide-me ao Jardim. Quero tê-la”.
     
    De modo muito cortês, disse que estava a caminhar com a irmã naquela direção. Sem nunca ter me visto, ele me convidara para os honrar com a singela companhia onde retribuiria a gentileza com uma breve apresentação do lugar. A jovem mulher apenas sorriu suavemente, corou pudibunda e guardou meu bilhete na palma de sua mão. A mesma pequena mão que passou a segurar o parasol.
     
    Restara, acontecido isso, sustentar e manter alguma cordialidade com ambos. Iria suceder nas investidas até conseguir o que tanto queria. Sabia que tinha despertado algo na jovem mulher. Talvez estes tempos de paz nos levem a frutificar alguma relação. Ela não me rechaçou. Talvez esteja buscando algum consolo para seus males. E nessa ânsia de desejo, muitas vezes nos damos conta que podemos alterar os termos fiéis de nossa índole, e violar leis para o benefício de nossos prazeres.
     
    Vender ideias também pode fazer parte desse jogo que, volta e meia, chamamos de paixão. O dia está só começando, e vamos ver o que este novo mundo fará por mim. 
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    Críticas e Resenhas #006 - Os Livros de Harper Lee


    A literatura de Harper Lee se traduz em obras que foram replicadas para mais de 40 idiomas. A prolixidade de sua obra prima: O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird), de 1960, lhe valeu o Prêmio Pulitzer no ano seguinte e uma adaptação premiadíssima no cinema em 1963, que consagrou o ator Gregory Peck na sétima arte. Depois afastou-se da literatura e de todas as outras literatices. Esqueceu o mundo e o mundo esqueceu-a. Até que em 2015 publicou outro livro, o seu segundo em vida, que se tornou um dos maiores acontecimentos literários do ano. Harper Lee morreu esta sexta-feira, aos 89 anos. As causas da morte não foram ainda reveladas.



    Título: O Sol é Para Todos

    Autora: Harper Lee 
    Editora: José Olympio 
    ISBN: 9788503009492 
    Páginas: 363 
    Edição: 1 
    Tipo de capa: Brochura 
    Ano: 2006 
    Assunto: Literatura Estrangeira / Romances 
    Idioma: Português 
    Dimensões:  22,8cm x 15,6cm x 2,8cm
    Peso: 0,440 Kg



    O 1º romance lançado pela escritora norte-americana é leitura obrigatória nas escolas dos Estados Unidos. É um título emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930, auge da Grande Depressão, e enfrenta represálias da comunidade racista. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.

    Narrado em primeira pessoa pela personagem "sensível" Jean Louise Finch, ou Scout. A história se passa na pequena cidade de Maycomb County, Alabama. Típico das cidades pequenas, todos os moradores se conhecem e sabem da vida uns dos outros. Os sobrenomes em Maycomb significam um estilo de vida e determinam a personalidade dos indivíduos da família, por exemplo.

    O romance foi eleito pelo Librarian Journal como o mais importante do século XX e é dividido em duas partes. Na primeira, Scout nos apresenta os moradores de Maycomb, sua família e amigos. Ela vive com o irmão, Jem, e o pai, Atticus, um advogado reconhecido e respeitado por seu trabalho.

    Nesses primeiros capítulos também conhecemos Dill, um garoto um ano mais velho que Scout que vem passar o verão em Maycomb com sua tia, a Srta. Rachel. Juntos, as três crianças – Scout, Jem e Dill – brincam e aprontam. Um dos passatempos preferidos é tentar tirar o vizinho recluso dos Finch, o Sr. Arthur Radley ou “Boo” Radley, de dentro de casa.

    Já no final da primeira parte, começamos a conhecer um lado preconceituoso da cidade. Atticus Finch é nomeado advogado de defesa de Tom Robinson, um negro acusado injustamente de estuprar uma garota. Daí para frente, tanto Atticus quanto as crianças sentirão o peso de “estar do lado dos negros”. Ao longo da segunda e última parte, se acompanha os desdobramentos do caso e o julgamento de Tom.

    O fato da história ser contada por uma criança dá um toque especial neste livro. Tudo, é claro, repleto de medo e de aventura. Scout começa a narrativa com seis anos e termina com oito. As crianças se revoltam com a injustiça presente em sua comunidade e não entendem porque as pessoas agem daquela forma. Em uma das passagens do livro, afirma Atticus a um dos filhos: "...as barbaridades sempre aconteceram, sempre irão acontecer", e parece que somente as crianças parecem se sensibilizar com isso.

    O romance permeado por valores da moral cristã e iluminado por questões éticas que ajudam a reforçar a visão de justiça e democracia que a América faz dela mesma. Atticus Finch, o pai-herói da história, chegou até a influenciar no batismo de inúmeros bebês nascidos no país nas últimas décadas. O contraste linguístico entre a empregada negra da casa e a menina narradora, uma das poucas a transitar tranquilamente entre esses dois mundos, é outro ponto alto da leitura.

    A escrita e o ritmo da história são impecáveis. Além de deixar o gostinho de quero mais ao final da leitura, o título é, realmente, um romance que aborda a delicada questão da segregação racial, mas, mais ainda, fala sobre o amadurecimento de todos nós e como deixamos para trás algumas experiências e valores quando envelhecermos.

    Já vendeu mais de 30 milhões de cópias só Estados Unidos e ganhou até uma recomendação do presidente Barack Obama, que proferiu o seguinte elogio: “Este é o melhor livro contra todas as formas de racismo”.



  • Recomendando, Nota:



  • Onde comprar? http://www.saraiva.com.br/o-sol-e-para-todos-1563761.html


    Mas não para por aí. Chegou às livrarias no ano passado, cinco décadas depois do lançamento do romance original, o Vá, Coloque Um Vigia (Go Seta Watchman), inspirado em Truman Capote, amigo da escritora.. Mesmo com a autora já vivendo em um asilo e, muito provavelmente sem condições de consentir com a publicação da obra, o público está tendo acesso ao novo título, que está fazendo um sucesso estrondoso, superando rapidamente a marca de 1 milhão de exemplares vendidos e desbancando títulos da lista dos best-sellers livros.


    Título: Vá, Coloque Um Vigia

    Autora: Harper Lee
    Tradutora: Beatriz Horta
    Editora: José Olympio 
    ISBN: 9788503009492 
    Páginas: 363 
    Edição: 1 
    Tipo de capa: Brochura 
    Ano: 2015 
    Assunto: Literatura Estrangeira / Romances 
    Idioma: Português 
    Código de Barras: 9788503009492
    Dimensões:  22,8cm x 15,6cm x 2,8cm
    Peso: 0,440 Kg


    Nesta espécie da rascunho do primeiro livro da autora, a história pula para a década de 1950. Scout, volta à sua pequena cidade natal, Maycomb, no Alabama, para visitar o pai, Atticus. A época fervilha os dos debates sobre segregação, e os Estados Unidos estão divididos em torno de questões raciais.

    Confrontada com a comunidade que a criou, mas da qual estava afastada desde sua mudança para Nova York, Scout passa a ver sua família e amigos sob nova perspectiva e se espanta com inconsistências referentes à ética e a pensamentos nos âmbitos político, social e familiar.

    Acontece que no título, que foi curiosamente composto antes de "O Sol é Para Todos", Harper Lee desconstrói a figura do herói, ditando o fim da inocência e do idealismo. O advogado idolatrado pela defesa que fez do negro acusado injustamente de estupro aparece como um sujeito racista, escravocrata e simpático ao nazismo. Ainda assim, mesmo não sendo mais nenhum garoto há tempos, Atticus apresenta a mesma retidão e estilo bem humorado de lidar com as coisas.

    Essa reviravolta na personalidade de Atticus revoltou, compreensivelmente, muitos leitores e incomodou diversos críticos, que não viram sentido na mudança de postura do personagem. No entanto, a mensagem, proposital ou não, que Harper Lee deixa com isso é bastante clara: não existem heróis. Ninguém tem uma vida irrepreensível. E é melhor não cultivar idolatrias, nem mesmo por pessoas fictícias.

    Em suma, ler os livros na sequencia darão a impressão que foram escritos por pessoas diferentes. Apesar de parece mais como um livro requentada, com algumas passagens constrangedoramente idênticas, sem muita originalidade literária, o título vem a ser uma espécie de final alternativo para a história original.



  • Recomendando, Nota:



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    É isso por hoje, galera. Depois deixa seu comentário para nós. Curtiu?
    Até a próxima!

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    segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

    Nossas Autorias #005 - Filosofia de Vida

    Por Patrick Lopes


    Eu tenho uma filosofia de vida: 70% das coisas tendem a dar errado. Uma prova disso é que:

    1° - É bem mais fácil destruir do que construir;
    2° - Existe mais gente morta do que viva e,
    3° - Você já levou mais “pés na bunda” do que um “sim” de muitas mulheres.

    Essa porcentagem apenas diminui quando você é rico, bonito e inteligente. Aí, a porcentagem cai para 50%. Mas como eu não sou os três, e você também não deve ser, continuamos nos 50%.
     
    ***
     
    Aos 21 anos de idade, cabelos loiros, um rosto arredondado e um belo corpo, longe de se equiparar a uma modelo, mas abençoada com grandes pares de coxas e bundas. Essa era Gabriela, que estivera sempre em busca do seu amor, mas nunca se sentia satisfeita com nenhum que lhe havia aparecido. Era uma garota caseira, ajudava sua mãe em casa, cuidava de seu irmão mais novo, não estudava e também não trabalhava, era uma pessoa sem ambições e sem fome de viver.
     
    ***
     
    Com 17 anos, cabelo raspado na lateral, pintado de verde, bissexual, sempre tragando um cigarro, essa é Natalia. Pixava paredes a noite, visitava a todas as baladas de sua cidade, já tivera experimentado todos os tipos de drogas, queria o mundo na palma da sua mão.
     

    Gabriela e Natalia moravam na mesma cidade, e apenas 5 km as separavam. Idade é sinônimo de experiência? Besteira. Aos 13 anos, Natalia já tivera feito muita coisa que Gabriela ainda não fez.

    21 de Outubro de 2010, Quinta-Feira.

    - Mãe, minha amiga fará uma festa de aniversário no sábado. E ela me chamou para ir. Disse Gabriela.

    - Onde? Que horas?

    - Vai ser no centro da cidade, vai começar por volta das 20h00, é aniversário da Melissa.
     
    - Tudo bem mas eu vou te buscar. Disse a mãe de Gabriela. 

    Embora Gabriela tivesse 21 anos, ela ainda era muito dependente de seus pais, e eles não aceitavam muito bem quando a filha dizia que iria sair sozinha, nem que fosse para ir ao mercado na rua de baixo, imagine então no centro da cidade a noite.

    - Mãe! Que vergonha, eu tenho 21 anos! Gabriela gritou. – Eu volto com minhas amigas, não precisa se preocupar.

    Gabriela estava exausta e essa era uma chance de fugir de sua rotina entediante.

    Coincidentemente Melissa também era amiga de Natalia, e a chamou para sua festa.
     
    - Alô? Respondeu Natalia.

    - Oi Natalia, é a Melissa, tudo bem por aí?

    - Estou bem. Aconteceu alguma coisa? Respondeu Natalia preocupada.

    - Não, só estou ligando para avisar que sábado a noite eu vou dar uma festa lá no centro, queria que você aparecesse.

    - Tudo bem, eu apareço sim, precisamos conversar, já faz um tempo. Disse Natalia. – Que horas vai ser?

    - Aparece lá por volta das 20h00, te espero lá amiga.

    - Combinado. Disse Natalia, animada.

    23 de Outubro de 2010, Sábado.

    Naquela noite, as duas estavam lá, e eu, inclusive. Natalia estava na mesma de sempre: dançando no meio da pista com sua namorada, um cigarro aceso no meio dos dedos, como se fosse um dia qualquer. Já Gabriela, estava extravasando. Tinha bebido algumas doses e estava realmente bêbada. Era uma noite especial para Gabriela, estava se sentindo poderosa e tinha fome de viver.


    Por volta das 03h00 da manhã, a história começava a tomar um rumo. Eu, como um bom mulherengo, avistei a garota mais linda que eu já tinha visto na minha vida. Talvez porque eu já estava bêbado, mas a vi.

    Me aproximei sem ao menos prestar atenção se havia alguma aliança nos dedos, ou se já estava acompanhada na festa. Quando cheguei, a tal garota não me disse uma única palavra. Só fiquei lá, parado, observando aquela beleza surreal; cabelos ruivos ao ombro, um óculos que valorizava seu rosto e os lábios, os mais carnudos que já vi.

    Beijei. Simples assim, e ela me beijou de volta, o que foi demais. Quando estávamos começando a trocar carícias pelo corpo, ouvi um barulho ensurdecedor, quando me virei, havia um homem apontando uma arma para mim, até hoje não sei ao certo, mas deduzi que era o namorado da tal ruiva.

    “Vou morrer”, pensei comigo mesmo, enquanto me preparava para correr para o meio da multidão agitada. O tiro ainda ecoava no salão, o que deixou a situação ainda pior. Quando já estava dentro da multidão, tirei a camiseta para o sujeito não me conhecer e a joguei no chão. Quando cheguei à porta de saída e senti aquele ar frio. Pensei: “Estou realmente vivo e não levei um tiro”. Assim que saí do salão, vi um carro vermelho freando. No volante estava Natalia, e no passageiro, sua namorada. Natalia chamou Melissa para sair do meio da bagunça, e Melissa chamou Gabriela para ir junto. E, com as quatro meninas dentro do carro, Natalia deu a arrancada cantando pneu. E eu... Bem, eu sobrevivi.


    Dentro do carro, as quatro estavam bêbadas, e a única que sabia dirigir era Natalia. Com todas essas vidas dentro do carro, Natalia sentiu-se pressionada para tirá-las daquele lugar.


    - Vai mais devagar. Gritou Melissa


    Natalia não respondeu e continuou indo mais rápido e fazendo curvas bruscas, Gabriela estava tão chapada que não estava entendendo nada e só gritava dentro do carro.


    - Cala a boca, porra! Disse Natalia olhando para trás.

    Quando voltou a cabeça pra frente, estava de encontro a um carro em alta velocidade. Todas estavam sem cinto de segurança.

    Quando soube do acontecido, pensei comigo: “deu tudo errado ontem”. Os 70% de chances das coisas darem errado fez jus a minha filosofia; todas estavam mortas. Só não sabia ainda porque eu não estava morto também. Talvez a arma tenha travado, ou o cara errou o tiro e acertou outra pessoa (seria trágico), ou alguém o segurou antes de disparar a arma. A única coisa que eu sei é que estou vivo, e que talvez minha filosofia de vida tenha me salvado. 


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    sábado, 13 de fevereiro de 2016

    Dicas de Leitura #005 - Os Ensinamentos de O Monge e O Executivo


    Sim, meus caros amigos do Blog Canetada: já fui um vendedor com muitas ambições. Na máxima da área comercial, é dito que o espírito de vendedor nunca sai da gente. E isso é verdade mesmo. Mas será que valorizar a leitura como fonte de inspiração para mudar, melhorar uma empresa ou nosso ambiente de trabalho, é possível?

    Sim, meus caros: os livros podem ser importantes aliados na dura tarefa de aprender a mudar. Principalmente, para sermos líderes de nós mesmos!

    E posso afirmar que James C. Hunter, além de bom escritor, é um vendedor melhor ainda. Não teve muito sucesso nos EUA com seus livros. Mas no Brasil...
    http://www.jameshunter.com.br/
    Click e conheça o site do autor James C. Hunter - Divulgação

    Hoje minhas dicas de leitura traz algo que foge ao trivial. Minha experiência ambiciosa levou à uma leitura que julguei potencializar minha carreira de vendedor, mas trouxe-me valores inexoráveis que ajudaram a construir meu caráter. Outra máxima da área comercial: "A experiência virá com a prática":



    Título: O Monge e o Executivo
     
    Subtítulo: Uma História Sobre a Essência da Liderança
    Autor: James C. Hunter
    Editora: Sextante
    Tradução: Maria da Conceição Fornos de Magalhães
    ISBN:  8575421026
    Ano:  2004
    Edição:  1
    Número de páginas:  144
    Acabamento: Brochura
    Dimensões: 21cm x 14cm
    Formato:  Médio
    Assunto: Autoajuda / Administração e Negócios
    Peso: 0.22 Kg
    Idioma: Português



    Em "O Monge e o Executivo", a narrativa se dá por seu personagem central: John Daily, um homem de negócios bem-sucedido que percebe, de repente, que está fracassando como chefe, marido e pai. Em uma tentativa desesperada de retomar o controle da situação, ele decide participar de um retiro sobre liderança, comandado por Leonard Hoffman, um famoso empresário que abandonou sua brilhante carreira para se tornar monge em um mosteiro beneditino.

    A história envolvente, criada por James C. Hunter para ensinar de forma clara e agradável os princípios fundamentais dos verdadeiros líderes, foi considerada tão grandiosa que entrou como leitura obrigatória de algumas graduações como: administração, engenharia, marketing, direito e outras.

    James C. Hunter, contudo, não visou somente aos futuros líderes corporativos, mas também lideres de vidas, ou melhor, lideres de suas próprias. O autor norte-americano dividiu o livro em capítulos, que facilitam e organizam o entendimento dos processos de aprendizagem relatados, em uma diagramação muito intuitiva.

    Em algumas referências, as características de Jesus Cristo são citadas, bem como algumas passagens da Bíblia. Coisa simples e fundamentais mas que temos uma grande dificuldade para alcançá-las como: bondade, paciência, humildade, respeito, generosidade, honestidade, compromisso e abnegação

    "O Monge e o Executivo", é um livro de autoajuda que nos faz viajar e nos leva a repensar sobre nossas vidas. O best-seller com mais de 4 milhões de exemplares vendidos no Brasil, tornou-se maior sucesso de vendas da Editora Sextante, além de receber adaptações para o teatro.



  • Recomendando, Nota:



  • Onde encontrar? http://www.submarino.com.br/produto/387365/livro-o-monge-e-o-executivo-uma-historia-sobre-a-essencia-da-lideranca?epar=102414&loja=03&opn=COMPARADORESSUB



    Título: Como se Tornar um Líder Servidor
     
    Subtítulo: Os Princípios de Liderança de O Monge e o Executivo
    Autor: James C. Hunter
    Editora: Sextante
    Tradução: Não Especificado
    ISBN:  8575422103
    Ano:  2006
    Edição:  1
    Número de páginas:  144
    Acabamento: Brochura
    Dimensões: 21cm x 14cm
    Formato:  Médio
    Assunto: Autoajuda / Administração e Negócios
    Peso: 0.22 Kg
    Idioma: Português



    Longe de repetir o sucesso do livro que deu origem a série, o 2º livro da série é o manual do usuário para os conceitos de O Monge e o Executivo. James C. Hunter recebeu pedidos de seus leitores dizendo que haviam adorado o 1º livro, mas não sabiam como aplicar na prática as ideias do monge.

    Trata-se de um livro ainda mais pragmático que seu antecessor.

    O título tem dois objetivos principais: o primeiro é compilar de maneira simples, coesa e clara os princípios da liderança servidora apresentados em seu livro anterior. O segundo é proporcionar um guia que facilite a aplicação desses princípios em sua vida e no trabalho.

    O autor acredita que detalhando os conceitos fundamentais da pirâmide invertida, das relações de poder (autoridade e coerção) e da liderança servidora, conseguirá auxiliar no desenvolvimento da liderança e a construção do caráter, a partir da reforma íntima de cada indivíduo. Os princípios da liderança servidora podem ser aprendidos e aplicados por quem tem a vontade e a intenção de mudar, crescer e melhorar.

    Com uma linguagem extremamente objetiva, o livro ainda traz 4 apêndices com testes, incluindo uma lista de habilidades de liderança para fazer uma avaliação 360 graus e um plano de ação para orientar o aprendizado do líder.




  • Recomendando, Nota:



  • Onde encontrar? http://www.americanas.com.br/produto/5509116/livro-como-se-tornar-um-lider-servidor?epar=buscape&opn=YYNKZB&loja=02



    Título: De Volta ao Mosteiro
     
    Subtítulo: O Monge e o Executivo Falam de Liderança e Trabalho Em Equipe
    Autor: James C. Hunter
    Editora: Sextante
    Tradução: Vera Ribeiro
    ISBN:  9788543101279
    Ano:  2014
    Edição:  1
    Número de páginas:  192
    Acabamento: Brochura
    Dimensões: 21cm x 14cm
    Formato:  Médio
    Assunto: Autoajuda / Administração e Negócios
    Peso: 0.22 Kg
    Idioma: Português


    "De Volta ao Mosteiro" mostra o retorno, dois anos depois, do protagonista da ficção, o executivo John Daily, ao mosteiro que visitou por uma semana, retratado em "O Monge e o Executivo".


    Neste retorno, ele lamenta que não conseguiu colocar em prática os conceitos de liderança que aprendeu na primeira temporada. “É duro ser um bom líder”, segundo o próprio Hunter em entrevistas. “Tem que fazer um esforço enorme”. A principal dificuldade é que, em geral, as pessoas querem mudar o mundo, sem mudar a si mesmas, afirma o autor. “Não basta reclamar do chefe ou do político – tem que chegar em casa e ser um bom pai, filho, amigo, líder.”
    O destaque do título, fica no fato que apenas um dos participantes do primeiro retiro consegue por em prática o que aprendeu. E o personagem autor desta proeza é uma surpresa ao leitor que leu os dois títulos anteriores de Hunter.

    Com novas percepções a respeito de como é possível vencer barreiras internas e fazer mudanças significativas em nossas vidas, o livro ensina os passos necessários para o desenvolvimento das habilidades de liderança. E ainda aborda um tema rico e ainda pouco explorado: a construção de comunidades de alto desempenho.

    Preceitos como comprometimento ao companheirismo, cultura de excelência ao trabalho de equipe, a importância dos relacionamentos ao crescimento pessoal, James C. Hunter nos brinda mais uma vez, 10 anos após de seu primeiro best-seller, com um livro transformador, todavia, truncado e parcial.

    Somente a segunda metade do livro é que se começa a introduzir as novas ideias de comunidade e como colocar em prática o conhecimento adquirido. Mostrando que este é um caminho muito longo a ser percorrido, e que o primeiro passo já foi dado, Hunter atesta que qualquer um pode ser um líder, pois isso é uma habilidade e não um dom. Como é uma habilidade, ela pode ser treinada e aperfeiçoada.

    Em suma, o livro é um ensaio que evidencia uma fórmula de sucesso das grandes nações desenvolvidas: processo coeso de comunicação, trabalho com foco na excelência e o senso de comunidade.



  • Recomendando, Nota:




  • Onde encontrar? http://www.shoptime.com.br/produto/119960199/livro-de-volta-ao-mosteiro-o-monge-e-o-executivo-falam-de-lideranca-e-trabalho-em-equipe


    • Dica Especial

    Quem curte colecionar as edições, a Editora Sextante/Gmt lançou um Box de edição especial com os três volumes da série. Confere aí a promoção feita pela Saraiva.com:

    http://www.saraiva.com.br/box-james-c-hunter-9208448.html?mi=VITRINECHAORDIC_similaritems_product_9208448


    Onde encontrar? http://www.saraiva.com.br/box-james-c-hunter-9208448.html?mi=VITRINECHAORDIC_similaritems_product_9208448


    E você? O que achou desta dica? Já leu algum dos títulos de James C. Hunter?

    Aguardamos seu comentário e deixamos nosso convite para nos seguir nas Redes Sociais!

    Forte Abraço a Todos e Obrigado Por Prestigiar esse nosso trabalho.

    Esperamos que estejam gostando do nosso blog.
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    quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

    Críticas e Resenhas #005 - Crash: Uma Breve História da Economia


    Eu estava esperando o momento ideal para fazer uma crítica, e “Crash: Uma Breve História da Economia” foi o meu escolhido. Por ser um livro informativo sobre economia, pode ser julgado por muitos como um pé no saco, mas não é bem assim. O modo em que o autor Alexandre Versignassi escreveu esse livro foi, sobretudo, de fácil compreensão. Esse livro é ideal para quem quer entender um pouco mais sobre economia, mas não tem paciência para ler os clássicos como “O Capital”, de Karl Marx.



    Título: Crash

    Subtítulo: Uma Breve História da Economia: da Grécia Antiga ao Século XXI
    Autor: Alexandre Versignassi
    Editora: Leya Brasil
    Edição: 1
    ISBN: 9788580442595
    Ano: 2011
    Acabamento: Brochura / Médio
    Número de Páginas: 320
    Formato: 210mm x 145mm
    Idioma: Português




    Crash: Uma Breve História da Economia” é muito mais do que um livro, apenas, de economia. Com um leve toque de humor, a narrativa se desenvolve, e somos surpreendidos com abordagens de biologia e principalmente história. A quantidade de conhecimento que o autor nos passa, no decorrer dessa leitura, é magnifico. Entre algumas histórias, eu fiz as sínteses de algumas partes do livro, para exemplificar a vocês:


    Primeira Locomotiva do Mundo:



    Obra do engenheiro inglês Robert Stephenson, criador da primeira locomotiva a vapor do mundo capaz de transportar pessoas, a Rocket andava a 50km/h. Mas para colocá-la em prática, investidores lançaram ações para construção de uma ferrovia ligando Manchester a Liverpool (56km). O público adorou, e rendeu tanto dinheiro aos acionistas quanto uma máquina de tele transporte renderia hoje.

    Por exemplo: você compra R$100 mil em ações e a cada 12 meses recebe R$50 mil limpo. É um ótimo investimento, mas vocês conferem o que aconteceu com as ações, no livro.


    Evolução do Homem:

    Na pré-história, alguns dos homens natufianos (10.000 a. C, na Palestina) mantinham sua base alimentar com gazelas. Em gerações anteriores, eles matavam todos os animais e quando o alimento entrasse em escassez eles mudaram sua estadia para um lugar com maior variedade de animais, e isso predominou durante muitos anos, porém, um grupo em específico mudou essa história quando aprenderam que se matassem apenas alguns dos machos, o alimento ainda continuaria intacto, já que apenas meia dúzia de machos eram o suficiente para a fecundação nas fêmeas, sendo assim, a próxima geração de alimento estaria garantida, certo? Errado. Os homens natufianos tinham preferencias pelas maiores gazelas, então eles matavam todos os machos grandes e sobravam só os mirradinhos para as fêmeas reproduzirem, isso gerava cada vez mais gerações de nanicos, até que não seria o suficiente para alimentar o bando. Um pouco mais tarde eles aprenderam a lidar com isso, mas custou a extinção de inúmeros mamíferos até que essa técnica fosse aperfeiçoada totalmente.



    O Surgimento do Futebol:



    Depois de viver o boom das linhas ferroviárias, a Inglaterra se encheu de engenheiros especializados na atividade ferroviária. Um desses engenheiros foi James Brunlees, que tinha 13 anos quando a Rocket foi criada, e viveu seus primeiros anos como profissional na era dourada das ferrovias. Ficou conhecido na década de 1850 por conseguir montar linhas em terrenos difíceis, usando tuneis e viadutos para vencer a topografia. James Brunlees era o que o Brasil precisava naquele momento.

    Barão de Mauá, o maior empreendedor do Brasil no século XIX, era fã de estradas de ferro e tinha passado pela Inglaterra, em 1840, e voltou empolgado para encher o sudeste do Brasil de ferroviárias: elas seriam importantes para levar as produções de café, açúcar e algodão para o porto de Santos. A primeira construção foi feita com sucesso em 1854, uma linha de 14km ligando a baía de Guanabara até Petrópolis, voltada para o transporte de passageiros. O sucesso do projeto abriu portas para uma missão mais difícil: ligar o porto de Santos ao interior de São Paulo.

    O problema é que no meio do caminho entre o porto e as plantações, havia uma "pedra" enorme chamada Serra do Mar, o paredão de quase 1 km de altura que separa Santos e São Paulo. Desta forma, em 1859, o Barão de Mauá chama o melhor dos engenheiros para construir linhas em terrenos inóspitos: James Brunlees.

    A empresa responsável por fazer a linha que ligasse Santos a Jundiaí, passando pela capital paulista, ficou sob o comando do escocês e ganhou nome de São Paulo Railway Company, e aí vem o futebol.

    Brunlees trouxe vários engenheiros e técnicos britânicos, para coordenarem o projeto. Um deles foi outro engenheiro escocês: John Miller, que se estabeleceu por aqui, casou com uma brasileira e teve um filho: Charles Miller.

    O garoto, que nasceu no Brás, ao lado da estação de trem, foi estudar em Southampton, no sul da Inglaterra. Por lá, se identificou com um esporte que tinha virado febre no Reino Unido no fim do Século XIX: o futebol.

    Voltou ao Brasil em 1894, aos 20 anos, para trabalhar na São Paulo Railway. Trouxe na bagagem duas bolas de couro, uma bomba para enche-las, uniformes e um livro de regras. O primeiro jogo do país aconteceu logo em seguida, na Vila Ferroviária de Paranapiacaba (Santo André/SP), onde Miller reuniu os operários da sua empresa e de outra companhia britânica no Brasil, a São Paulo Gas Company. A partida terminou em 4x2 para a São Paulo Railway. Em 1910, operários da São Paulo Railway fundariam o Sport Club Corinthians Paulista, e o resto vocês já sabem.


    Não haveria palavras para eu descrever sobre o que esperar desse livro, então eu decidi sintetizar algumas partes e colocá-las aqui para vocês, para que tenham uma ideia do tamanho de conhecimento que esse livro nos transmite.

    Com certeza, está no meu Top 10 de melhores livros informativos. A riqueza de detalhes. juntamente com a fluidez e facilidade para ler, o rendeu uma nota justa, nesta resenha:




  • Recomendando, Nota:




  • Onde comprar? http://www.saraiva.com.br/crash-uma-breve-historia-da-economia-3534468.html


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