segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Nossas Autorias #003 - Primeiro Amor

 
 
Por Patrick Lopes
 
 
Pietro deu seu último gole d'água e preparou-se para sair, aprontou suas coisas e partiu. No meio do caminho começou a pensar se as coisas sairiam de acordo com seu planejado. Assim que cruzou a rua de sua casa, avistou uma garota plantada na janela de um apartamento do primeiro andar de um prédio, olhando rapidamente, ele percebe que essa é Bruna, garota que a muito está apaixonada em Pietro.

Sem com que ele perceba, ela o acompanha com um olhar sensual e malicioso. Pietro sempre soube, claro, mas todo seu amor era depositado em Lara, garota qual iria se encontrar agora, para tomar um sorvete em uma tarde ensolarada de Setembro.

Lara sempre o viu como um grande amigo, mas para Pietro, era hora de agir e aproveitar a deixa, já que Lara terminou o namoro e está solteira. No momento em que Pietro chega ao local marcado, lá está ela; bela, com grandes olhos castanhos, lindas sobrancelhas expressivas e um sorriso farto. Lara não tinha uma beleza comum como todas as jovens de sua idade. Era alta. Coxas finas e uma bunda terrivelmente pequena. Deram um abraço forte e longo, como quando um marido dá em sua esposa.

No mesmo momento, Pietro puxa um forte suspiro e sente seu perfume, doce como sua personalidade, olharam-se, e Pietro disse:

- Estava com saudades, seu abraço é o melhor. Lara estava feliz de estar de novo com seu amigo, mas era um sentimento fraternal.
- Eu também estava, vamos indo, o sol está muito forte. Disse ela.

Caminhando juntos, indo a tal sorveteria, Lara diz que todos seus relacionamentos começaram depois de um sorvete. Pietro sorri e pergunta:

- O que você quer dizer?
- Nada. Diz Lara com uma expressão inocente.
- Será que depois desse sorvete surgirá mais um relacionamento? Diz Pietro.

Lara solta uma gargalhada sarcástica e muda de assunto.

- Chegamos! Disse ela.

Surge algo na mente de Pietro que estava fora dos seus planos. Nos seus ideais, pagar a conta para uma garota só era viável se eles estivessem transando. Eles não estavam transando, mas Pietro interpretou que isso poderia acontecer em breve, e é claro, ele pagou a conta para Lara.

- R$ 14,50. Disse o funcionário da sorveteria.
- Eu pago. Diz Pietro sem hesitar. Sacou uma nota de vinte do bolso e pagou o funcionário.

Lara aparentemente aceitou calada o cavalheirismo de Pietro. Depois de passarem algumas horas se divertindo juntos, chegou a hora de se despedirem, aquela seria a “hora H” para Pietro. Depois de mais um abraço, Pietro contou até três mentalmente e tomou coragem para beijá-lá.

Em um pequeno milésimo de segundo Pietro se sentia realizado, finalmente depois de anos seus lábios tocaram os lábios de alguém que Pietro estava apaixonado. O momento lindo foi interrompido quando Lara não o beijou de volta.

- Por que você fez isso? Meu Deus, somos amigos. Disse Lara.
- Mas, eu achei... Antes de deixar Pietro terminar sua frase, Lara vira as costas, atravessa a rua e caminha pra longe.

A cada passo dado por ela, era o sonho de Pietro indo para os ares. A cada centímetro que ela se afastava, era seu tempo gasto em praticar discursos apaixonados no espelho do banheiro virar apenas supérfluos.

Pietro vai embora pensando como alguém poderia machucar tanto outra pessoa, Pietro estava desolado. Ele só não tinha percebido que isso já havia acontecido, mas os papéis eram invertidos, Bruna estava na pior quando Pietro a recusou. Quando ele passa pela rua da garota da janela, ela está sentada na calçada, com um short curto e um grande decote.

Embora estivesse bastante aflito com o que acontecera, Pietro sabia quando havia uma grande oportunidade de transar, e talvez essa fosse a hora. Do outro lado da rua, Pietro atravessou só para passar por perto dela.

- Estava me evitando? Diz Bruna.
- Não, longe de mim.

Pietro senta ao lado de Bruna na calçada, com fortes segundas intenções.

- Estava com pressa mais cedo, mas percebi que você reparou em mim. Diz Pietro.
- Eu reparo em qualquer pessoa que passa na rua... Bruna soa como se pudesse falar mais.
- Talvez eu não seja qualquer pessoa pra você. Diz Pietro.

Bruna o beija, e ela sabia como fazer isso da maneira que Pietro mais gostava, talvez da maneira que todos gostavam.

- Vamos subir, minha mãe não está em casa. Diz Bruna.

Pietro a acompanha e entra no edifício. A família de Bruna não tinha muitos recursos financeiros, embora o prédio fosse em um bairro mediano, a infra-estrutura era abaixo da média. Percebia-se pelos arredores a sujeira no chão, paredes descascadas e a ferrugem do portão.

Bruna abriu a porta, com um passo furtivo Pietro estava lá dentro, a chave foi passada pela porta, e um último puxão para confirmar que estava fechada foi dado. Estava mais do que provado que dois adolescentes de 16 anos sozinhos em um apartamento vazio, iria rolar alguma coisa. E rolou.

Depois de uma transa de três rounds, Bruna estava dormindo, a TV estava ligada em um canal aleatório e o relógio batia às 8 da noite. Pietro tinha que voltar. Vestiu-se e foi embora sem se despedir.

Depois da transa com Bruna, finalmente indo para sua casa, Pietro pensou que talvez o ponto fraco de pessoas apaixonadas fosse fazer tudo que agradasse seu amado. A diferença é que para Pietro, lhe custara R$14,50 e para Bruna, sua virgindade.
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Nossas Autorias #002 - O Conto da Solidão

 
 
Por Diego Oliveira
 
 
Este, é Martin Ibarra. Se sente cansado fisicamente. Na mente, não há nada. Já não há forças para pensar. Sua melancólica situação lhe minara todas as forças de intentar qualquer reação para sair deste estado, que muitos poderiam chamar de obscuro ou patético.
 
Martin, apesar de ser jovem, já não é mais escravo de seus devaneios. Só, em meio à multidão de vínculos sociais que o cerca, ele vem se dedicando à mesma arte de seu venerado mestre de ofício, que vivia a escrever seu eterno livro da solidão. Nunca o conhecera de fato, mas ao enveredar no rito da introspecção de seu isolamento, se viu assim: no vazio do nada.
 
Muitas pessoas não têm uma alma. E Martin faz coro a elas. E muito disso se deve ao seu ensaio ao autoconhecimento, ou a tentativa falida de fazê-lo. Nada lhe restou do vigor de seus tempos vindouros, onde vivia plenamente algumas muitas, mas não tantas experiências de vida. Amou, trabalhou, viajou, planejou o futuro. Mas sempre trazia consigo, ao falar, uma lágrima na voz, uma postura que teima em pedir perdão por existir e uma energia represada, como um grito represado. Já era o sinal de uma obscuridade que invadia seu ser, e que não tardaria em dominar sua vida.
 
Gradativamente, Martin foi sendo aplacado por cultivar sua solidão. Percebia que não agradava a ninguém, que não lograva a nada, que sua família lhe desconjurava o direito de ser um Ibarra, que seus amigos não o compreendia, que sua mulher não lhe concedia paixão e que nem seu cão lhe dignava um aceno de cauda. No silêncio e no invólucro de sua meditação, resolveu passar ao papel seus pensamentos, seus sentimentos e sua breve estória. Se um dia fosse descoberto, se tornaria mais uma lenda galega. Ou seria portenha? Martin Ibarra já nem sabia mais onde estava. Nada mais lhe interessava, tampouco saber onde fora parar.
 
Mas uma ilha deserta nem sempre é um exílio... Pode ser um passatempo... Em sua dor, Martin redigiu suas aflições em palavras que nunca se tinham visto nem ouvido! Comédias, horrores, maravilhas. Um verdadeiro vai e vem de ilusões, como mesmo descrevia. Agradeceu, perdoou, confessou e amaldiçoou tudo o que trazia consigo. Êxitos e frustrações passadas a limpo pelo crivo de teclas, tintas e papel.
 
Dizem que não comia, não mais dormia. Só se empenhava no rito eclesiástico de cingir sua retórica. E assim, foi deixando o tempo passar de forma branda, enquanto retratava sua miséria, pura e simples, mas humana. Se via num verdadeiro privilégio dos deuses, e ventura suprema dos homens.
 
Martin sentia ter evoluído da condição mortal, por deixar suas memórias impressas.
Em meio aos textos esparsos, fora definhando junto com sua vontade de viver. Lentamente sentiu que o sol da alvorada não lhe aquecia mais as faces, e que o vento noturno não lhe chamava ao agasalho.
Deixou se ir pelas sombras herméticas da escuridão. Esvaiu-se.
 
Cansado e na derradeira hora, Martin fez um esforço hercúleo e escreveu, à caneta, o que viria ser a primeira página, a fachada de seus escritos. Não tinha mais tempo. Não lhe fora permitido sequer pousar a caneta no papel. Também não terminou de intitular sua triste criação, que dizia: “A Solidão é Uma Merd...”
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domingo, 24 de janeiro de 2016

Dicas de Leitura #002 - Tratados de Estratégia


Olá Meus Amigos! As dicas, além de especialíssimas e vindas das minhas memórias literárias, vão te ajudar a ir além do dizer se um livro é bom ou ruim.
Para que uma obra ultrapasse as barreiras do tempo, no mínimo, ela tem que ser atemporal. Isso acontece com os tratados de estratégia. Os maiores de todos os tempos. Nos traz ensinamentos que levaremos conosco ao longo da vida na busca de nossas vitórias:

Livros: "A Arte da Guerra", "O Príncipe" e "Pai Rico e Pai Pobre"





A Arte da Guerra

Subtítulo: Os Treze Capítulos Originais 
Autor: Sun Tzu
Editora: Geração Editorial/Jardim Dos Livros 
Ano Edição: 2006
Número Edição: 50
Tipo de Capa: Brochura/Flexível
Idiomas: Português
Páginas: 160
Dimensões: 23x16 cm
ISBN: 856001800X
Peso: 0.37 Kg




Nos treze capítulos em que Sun Tzu expressa suas percepções, nos é compartilhado o que aprendeu durante as Guerras que participou. O pensamento oriental é sintetizado em estratégias militares em uma época onde a guerra era, de certo modo, um ritual. Ao fim de uma época remota e feudal, que data do século V a.C, a ciência (ou arte) da tática havia nascido.

A obra é permeada pelo pensamento político e filosófico do Tao Te King, Confúcio, entre outros, que também influíram na revolução da forma de guerrear na China Antiga. Por isso, na contemporaneidade, migrou das estantes dos estrategistas para as do mundo dos negócios.

A grande lição do livro está na sua oposição à guerra. E a faz por uma índole própria; mas há outras lições também importantes sobre organização, planejamento, disciplina, onde a leitura que nos inspira e nos faz pensar de fora da caixa.

Veja além do que se vê, leia nas entre linhas, pense e faça uma reflexão íntima. Não se trata apenas de um livro de Guerras, mas sim sobre vitória ou que você quiser que ele seja. Muitos falam que a doutrina de Sun Tzu é individualista, mas não a vejo desta forma. A tomo como estratégias vitais de sobrevivência. Algo a potencializar nossas capacidades, em um mundo cotidiano que não se diferencia de uma guerra.



  • Super Recomendado, Nota:



  • Onde Comprar: http://www.submarino.com.br/produto/5563583/livro-a-arte-da-guerra-os-treze-capitulos-originais?opn=XMLGOOGLE&loja=03&WT.srch=1&epar=bp_pl_00_go_G22013
     






    O Príncipe


    Autor: Nicolau Maquiavel
    Editora: Penguin Books
    ISBN: 9788563560032
    Páginas: 168
    Edição: 1
    Tipo de capa: Brochura
    Editora: Companhia das Letras
    Ano: 2010
    Idioma: Português




    Esse é o típico livro que nos obriga a conhecer um pouco do contexto histórico para que se possa absorver todo o seu conhecimento.


    Mas, mesmo sem qualquer referência histórica, temos por entendimento, baseado na situação política atual, que os ensinamentos e estratégias políticas ministradas por Maquiavel em sua obra não sofreram com a ação do tempo. Ações malignas como mentir, usar a força, oprimir ou coagir são extremamente comuns a todas as épocas.

    O texto límpido e elegante de Nicolau Maquiavel, escrito na Florença do século XVI, não é só um manual abstrato para a conduta de um mandatário. A obra clássica da filosofia moderna, fundadora da ciência política, é fruto da época em que foi concebida, onde medita-se sobre a conduta do governante e sobre o funcionamento do Estado, produzida num contexto onde o direito ao poder já não depende apenas da hereditariedade e dos laços de sangue.

    Dessa forma, o autor que é conhecido como ‘pai da ciência política’, tenta passar seus conhecimentos para um príncipe. Não se trata de ensinar o filho do rei, mas sim da ideia prover a estabilidade estatal por meio do principal cidadão do Estado.

    As oportunidades oferecidas pela riqueza, as virtudes e os vícios intrínsecos ao comportamento dos governantes, as sugestões sobre moralidade, ética e organização urbana são tão atuais que se confundem com a busca ao poder nos dias de hoje.

    O livro é denso e traz muitos fatos históricos, porém, vendo claramente, ele alega que os fins justificam os meios na obtenção do poder. Não é suficiente apenas citar Maquiavel e aparentar erudição. É importante compreendê-lo e deleitar-se com seu estilo e lógica impecáveis.    



  • Super Recomendado, Nota:







  • Pai Rico, Pai Pobre


    Subtítulo: O Que os Ricos Ensinam aos seus Filhos Sobre Dinheiro
    Autor: Robert T. Kiyosaki e Sharon Lechter
    Editora: Campus 
    ISBN: 853520623X 
    Páginas: 192 
    Edição:57 
    Tipo de capa: Brochura 
    Ano:2000 
    Idioma: Português





    Os autores desse livro, longe estão de serem os mais ricos do planeta. Pelo contrário, recentemente a empresa dos autores que gerencia as marcas ligadas ao livro faliu. Aí está uma das muitas diferenças entre os americanos e os brasileiros: nós vemos o fracasso com algo abominável, já eles veem como uma experiência para o futuro.


    A filosofia central de Pai Rico, Pai Pobre é de criar um processo de alfabetização e de consciência financeira nas pessoas. Apesar de pretencioso, a citação do livro como um manual financeiro é uma pura verdade.  Ele diz que as habilidades de vida são muitas vezes melhor aprendidas através da experiência, e que há importantes lições não ensinadas na escola, como o meio para a obtenção de riqueza. Digo que este sim, deveria ser um livro didático!

    É escrito no estilo de um conjunto de parábolas, ostensivamente baseado na vida de Kiyosaki. No livro, Kiyosaki salienta a propriedade de bens de alto valor que produzem fluxo de caixa, ao invés de ser um empregado. Destaca as diferentes atitudes em relação ao dinheiro, trabalho e vida de dois homens (ou seja, o seu titular "pai rico" e "pobre pai"), e como eles, por sua vez, influenciado decisões importantes na vida de Kiyosaki.

    Desde 1997, os livros de Kiyosaki já venderam mais de 26 milhões de cópias. Sua teoria deu origem a jogos, palestras, produtos educacionais, etc. Três de seus livros (Pai Rico Pai Pobre, Pai Rico Independência Financeira, e Guia do Pai Rico de investir) alcançaram o topo da lista dos 10 principais best-sellers, simultaneamente, no The Wall Street Journal, USA Today e no The New York Times. Vale muito a pena conferir, até por que "A cada dia, você escolhe ser rico, pobre ou classe média; se você não fizer isso, ninguém mais fará".



  • Super Recomendado, Nota:


  • Galerinha, essas foram nossas dicas de leitura de hoje. Como nosso o projeto do nosso Blog Canetada está começando, deixe seu comentário aí embaixo, para que possamos saber o que estão achando. Vamos acolher com muita atenção as sugestões de todos vocês.

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    Criticas & Resenhas #002 - Tia Julia e o Escrivinhador


    Buenas, mis amigos! Sem mais delongas, vamos ao meu livro favorito:  Tia Julia e o Escrivinhador (La tía Julia y el escribidor). Eu lamento muito ter começado tarde a entrar na Literatura Latina e Ibérica, já que o autor tem dupla cidadania (peruana e espanhola). E lamento mais ainda por ter começado pela cereja do bolo. Muitos podem falar que desprezo os autores nacionais ou de língua portuguesa, mas não é nada disso.

    Eu li e reli este livro, e o impacto foi o mesmo: pqp, como é possível! Me extasiei neste best seller, que não é considerada a obra prima de Jorge Mario Pedro Vargas Llosa, ou Varguitas, como se autobiografa o autor neste romance. Tive a sorte e o privilégio de conhecer esta edição em uma coleção de livros ibero-americanos, lançada em 2012 pelo jornal Folha de S. Paulo.




    Título: Tia Júlia e o Escrevinhador (Vol. 03)

    Coleção: Folha Literatura Ibero-Americana
    Autor: Mario Vargas Llosa
    Tradução: José Rubens Siqueira
    Ano: 2012 / Edição: 1ª
    ISBN: 978-85-7949-049-1
    Editora: Folha de S.Paulo
    Acabamento: Brochura
    Número de Páginas: 400
    Formato: 210mm x 145mm
    Idioma: Português




    A história é mais ou menos assim: O cenário é a moralista Lima, no Peru, dos anos 1950. O escritor narra, mesclando humor e romance, a história do jovem Varguitas: um garotão que trabalha numa rádio local e anseia se tornar escritor. Com os ímpetos da juventude, ele começa a namorar a própria tia, que tem quase o dobro da sua idade. Não é uma tia de sangue, ou de primeiro grau como queiram, mas é tipo uma cunhada da tia, o que dá no mesmo, ainda mais nos anos 50: uma paixão secreta e escandalosa!


    Por si só, esta história já rende muito pano pra manga, mas não é só isso; Corre em paralelo a esse romance proibido, contos românticos escritos por Pedro Camacho, como capítulos de novela. E é aí que rola a síntese desta obra artística: as histórias são sequências paralelas de capítulos alternados e intercalados no decorrer do livro; Mas, voltemos ao novelista:

    O lendário Pedro Camacho trata-se de um escritor boliviano de radionovelas. Importado de sua terra natal para substituir as radionovelas cubanas, que eram custosas à uma das principais radio da capital peruana. Lá, Varguitas trabalhava como produtor dos boletins de notícias. As epopeias de Camacho, logo se tornam populares e transformam-no na sensação de todo país, como o principal novelista, parando o país ao pé do rádio com suas histórias.

    Os contos escritos por Pedro Camacho são tão espetaculares, que o livro já começa com um deles. É uma espécie de "último capítulo de novela das 8 da Globo, onde não se revela o final", o que além de prender o leitor, nos deixa sempre com um gosto de quero mais.

    Pedro Camacho é o arquétipo que o Vargas Llosa criou para personificar o escritor ideal. Ele vive para escrever: durante todo o tempo em que está acordado, está escrevendo, criando, bolando histórias. Embora, em termos de produtividade, seja esse o ideal do escritor — principalmente do aspirante a escritor Varguitas, que tem em Camacho um ídolo — a história mostra que a realidade é bem mais amarga, que é maquiada pela magia do rádio. Nanico, feio, antipático, excêntrico, antissocial e preconceituoso, Camacho tem uma existência melancólica: vive precariamente, para e pelo trabalho. E esse excesso o leva a confundir os personagens de suas novelas, tornando os contos cada vez mais misturados, como naquelas brincadeiras de criança de misturar os contos de fadas e coisas assim.

    A história de Julia também é muitíssimo interessante, ainda mais por se saber que é autobiográfico. É relativamente perto, em suas proporções, para uma novela Pedro Camacho.  Nele, o autor aproveita a oportunidade para discutir problemas familiares e do seu cotidiano, a burguesia Limenha dos anos 1950, e seus costumes. Outros personagens ímpares dão forma a gloriosa história. A ironia, a graça e prosa graciosa nos leva através da história com facilidade, embora seja um livro longo, que em pouquíssimas partes esboce ser repetitivo.

    Para mim, este exemplar do movimento literário Boom Latino-americano revela a essência da literatura: contar uma história interessante com graça e ritmo. A Edição que possuo é muito bem-acabada e muito bem traduzida. Digo por ter lido este em português e em espanhol. A arte da capa é muito bem-feita e condizente com atmosfera nostálgica da obra.

    Sobre o agora nobre escritor Marquês Vargas Llosa, toda a minha reverência. Não foi à toa que se tornou um Nobel! É um senhor-escritor. Domina e sintetiza, de forma única, vários estilos literários em uma narrativa hibrida. O que foi criado neste livro foi algo inédito pra mim como leitor. É aquilo que realmente fica na vanguarda da literatura universal.

    Sobre o cidadão Jorge Mario Pedro Vargas Llosa, apesar de toda a controvérsia em sua pátria mãe (causada por sua veia política), minha nova reverência: somente um gênio lúcido de 80 anos se digna referências à um de seus mestres. Em recente entrevista ao jornal El Pais, ele citou: "Uma das tantas coisas que eu devo a Flaubert (Gustave Flaubert - Mestre francês do Realismo Literário), é esse fato de ele ter demonstrado que, se você não tem um talento natural, se você não nasceu gênio, você pode, mesmo assim, chegar a ser um bom escritor, à custa de perseverança, obstinação e esforço. Em suma, a vida e a obra de Llosa é uma lição absolutamente fundamental para mim.





  • Recomendando, Nota:




  • Onde comprar:
    http://livraria.folha.com.br/livros/romance/tia-julia-escrevinhador-vol-03-mario-vargas-llosa-1177953.html


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    segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

    Nossas Autorias #001 - Logo Hoje?

     
     
     
    Por Diego Oliveira
     
     
    Quando você não quer, ele sempre vêm. Sempre reparo nisso: eu poderia estar no horário, ou simplesmente atrasado (como sempre), mas é assim: logo hoje, que a gente não precisa dele, aí que ele aparece!

    Têm sido assim, fazer o quê?
     
    Às vezes chego a pensar que há uma conspiração contra mim. Talvez seja Deus, talvez seja as forças do universo, ou até pode ser coisa da minha empregada, que teima em não engomar direito minhas camisas. O fato é que algo acontece. Não me atraso de propósito! Ou será que já até me acostumei com isso? Vai saber?
     
    Agora é sempre isso. E lá vem ele, vazio e imponente. Parece se gabar da minha desgraça. Já somos tão íntimos que ouço até seus sussurros zombeteiros: "O que é que há, imbecil? Vai ficar parado aí, me vendo desfilar? Hoje não sou eu que vou te ajudar! Vai se danar outra vez!". Maldito seja, eu não podia me atrasar...
     
    Aliás, maldita seja a hora que vim parar nesse fim de mundo. Aqui até que é um lugar legal, mas longe de tudo, não me serve. E a qualquer passo que eu tenha que dar, lá se vão duas horas pra chegar onde tenho de ir.
     
    Enfim, estes devaneios não me serão úteis a essa altura do campeonato. A culpa é dele e somente dele. E ainda tem a pachorra de parar, agora, todo displicente aos meus olhos. Só de saber que não me acompanhará hoje em meu trajeto, parece até estar mais garboso que de costume.
     
    E o que me espanta, é que além a chuva e do frio, parece que não estou sozinho nisso. É provável que também seja um dia atípico para essas pessoas, paradas aqui comigo. É uma pena que a minha limitada coragem não é digna de compartilhar de meus pensamentos com os demais que, assim como eu, devem estar atrasados. Precisamos de outro, e não deste estorvo, que está parado na nossa frente.
     
    É, esse parece ser meu desafortunado destino: ficar estacionado, levando chuva na cabeça e demorando a chegar onde tenho de ir. Fui premiado com esse fito para minha existência, só pode! Nem um abrigo da chuva, essa droga de lugar tem. Que saco!
     
    Olha lá, agora ele vai embora. É muita petulância mesmo. Isso, vá. E vá logo, pois não preciso de você. Queria não precisar nunca mais, e rezo para que um dia isso aconteça! Porcaria, ainda quase me molha. Que sacanagem...
     
    Ah, se eu desse voz à meus pensamentos. O máximo que consigo fazer é manear negativamente a cabeça, como estou fazendo agora. Tem horas que isso me atordoa. Nesta vida, se contarmos as horas que eu já perdi aqui, esperando, me cansaria só em tentar fazer isso. É nessas horas que me sinto um lixo, aliás, mais que um lixo: nem para isso eu presto.
     
    Será que estou mais de meia hora parado aqui? É, parece que o relógio da padaria diz isso. Mas é muito azar mesmo. Ele me viu? Veja só: nem o meu vizinho presta. Há essa hora da manhã, e o Matias já bebendo. Povo medíocre desse lugar!
     
    - Tá atrasado, moribundo? - Sim, ele me viu, gritando de lá - Entra aqui, toma um café comigo!
     
    Acho que ele pensa que vou me rebaixar à tal ponto. Idiota. Deve ser mais um dos meus devotos sem causa, pelo menos é o que eu acho.
     
    - Obrigado, Matias. Estou atrasado, fica para a próxima.
     
    Nesse instante, ele começa com aquele negócio de tomar o trago de uma golada só. Duvido que ele vá ter o ímpeto de vir ao meu encontro desta vez. A gente fica sem saber se ele vêm ou não. Qual será a desse cara? E não é que ele está vindo! Que vergonha, meu Deus. Esse sujeito deve estar ficando gagá mesmo.
     
    - Ora rapaz, tomar um café com seu amigo não vai te matar. E eu sei que...
     
    Me esquivei do abraço torto.
     
    - Olha Matias... - Olho ao redor. - Lá vem ele: o meu ônibus. Fica para a próxima.
    - Mudou o caminho hoje? Ou é por minha causa? Você não me engana, o que vai pra estação já passou há uns...
    - Tenho que ir à missa! - Fui falando enquanto subia os benditos degraus do coletivo. - Deixa para depois.
     
    Fui sentar, como sempre, na mesmo banco de sempre. Vi da janela ele balbuciando alguma coisa, e me sorrindo aquele sorriso amarelado e falho, o que mais se assemelhava à um selvagem. Acenei satisfeito com a cabeça, enquanto ele me via seguindo adiante.
     
    O que será que ele disse? Deve ser algo sobre eu não ser católico, ou que não era hora de missa. O que importa...  Não foi hoje que nem o maldito ônibus, nem o bêbado Matias me interrompem. Pode ser porque eu realmente esteja indo para a igreja. Mas quem iria acreditar?
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    Dicas de Leitura #001 - Minhas Memórias Literárias


    Olá Meus Amigos! Começo minhas dicas aqui no Canetada com minhas primeiras referências de leitura;

    É difícil recomendar só 3 livros por semana, mas a dica principal é: Garimpem em sebos!

    Principalmente, em tempos de crise econômica, é uma boa.
    Na pequena biblioteca das minhas memórias, vou destacar estes bem especiais: 

    Livros: "O Bichinho da Maçã", "A Casa" e "A Fantástica História de Silvio Santos".




    O Bichinho da Maçã

    Coleção: Mundo Colorido / Bichim
    Autor: Ziraldo
    Editora: Melhoramentos
    Edição: 1
    Ano: 1982
    Idioma: Português
    Especificações: Brochura
    Número de Páginas: 32 páginas
    ISBN: 85-0600-016-5
    Peso: 130g
    Dimensões: 255mm x 210mm




    O Bichinho da Maçã – Começo minha resenha pela a frase final deste livro, que muito me marcou aos 7 anos de idade: "O melhor da vida é a gente poder crescer". O calibre da mensagem é algo extremamente forte e motivador;

    Como nunca fui um aficionado por livros infantis, me lembro do dia em que na sala de leitura da escola, abri este livro. E abri logo nessa última página, pois não tinha vontade nenhuma em "ler besteiras". Foi o primeiro livro infantil com que tive contato.

    Sendo um livro curtinho, parte de uma coleção e de um escritor de renome, tentei achá-lo na Internet. Depois de quase vinte anos, tive uma grande e grata emoção ao reviver este livro. Depois de crescido, a gente se pega pensando: "caraca, isso é extremamente poético, muito mais profundo que imaginava!". E é bem isso que acontece sempre nas nossas vidas, ao nos depararmos com bons revivals.

    Em suma, o Bichinho da história enfrenta seus altos e baixos para que tudo
    desponte numa bela e inesperada transformação.

    Livros infantis têm um papel sumário na vida de uma criança. Foi graças a este livro que me peguei absorto nos universos extraordinários deles. Me fez gostar de ler, me fez querer aprender mais a língua portuguesa e aguçou minha imaginação, coisa que carrego pra sempre.

    Os desenhos são firmes e os detalhes como a maçã, faz lembrar um coração, a tristeza ser representada pela fruta em negro junto ao fundo azul, além da mensagem final arrebatadora e com a ilustração mais trabalhada e colorida.

    Fica a dica aos Srs. pais, que em tempos de apps e telas luminosas, deixam de lado coisas simples e lúdicas da infância. E presto por aqui minha homenagem aos autores infantis, em especial ao Mestre Ziraldo: muito obrigado por trazer ao público essa história, que nasceu de um rascunho feito num guardanapo de um restaurante, e tornar a nossa infância um pouco mais viva!



  • Super Recomendado, Nota:



  • Onde comprar? http://www.saraiva.com.br/o-bichinho-da-maca-col-mundo-colorido-3662168.html



    A Casa

    Autor: André Vianco
    Editora: Novo Século
    Edição: 1
    Ano: 2002
    Idioma: Português
    Especificações: Brochura
    Número de Páginas: 227 páginas
    ISBN: 8588916312
    Peso: 0,25 Kg
    Dimensões: 230mm x 160mm






    Este foi o único livro de André Vianco que li. Se ele fosse apenas o autor deste livro, já teria valido a pena, pois foi onde eu experimentei um tema ligado a espiritualidade. Não se trata de um livro espírita ou algo do tipo, mas tem uma história que nos faz ir além.

    De Osasco para o mundo, ele é um dos mais consagrados autores brasileiros da atualidade. Já vendeu mais 1 milhão de livros, com seus 20 títulos que exploram o gênero sobrenatural (vampiros, anjos e batalhas entre o bem e o mal).

    Começou a sua carreira bancando do próprio bolso seus primeiros livros e indo pessoalmente às livrarias “vender seu peixe”. Desempregado e com família, em 1999, Vianco produziu mil cópias de seu primeiro livro, Os Sete, seu primeiro best-seller, usando seu FGTS. Em 2000, foi pessoalmente promovê-lo em livrarias e editoras. Em 2001, a editora Novo Século se interessou por seu trabalho e republicou o livro. Vendeu mais de 200 mil com este título.

    No enredo de “A Casa”, uma viagem surpreendente para os que buscam algo para mexer com a mente e o coração. É contado em terceira pessoa. Um livro emocionante que nos faz pensar seriamente em como vivemos a vida. Um ponto negativo são as capas dos livros, mas a história é uma pedrada. "Existe um lugar onde todos têm direito a uma segunda chance". Dramática e possível de ser vivida nos dias de hoje por qualquer um, a história gira em torno de fatos que marcaram a vida de quatro pessoas com problemas distintos, ligados à morte de um ente querido, e que as levaram a decidir pelo suicídio como a única saída. O confronto das angústias dos personagens, a possibilidade de uma segunda chance para resolver seus dramas, traça um final surpreendente ao leitor.



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    A Fantástica História de Silvio Santos - Edição Atualizada

    Autor: Arlindo Silva
    Editora: Editora do Brasil
    Edição: 1
    Ano: 2002
    Idioma: Português
    Especificações: Brochura/Capa Mole
    Número de Páginas: 220 páginas
    ISBN: 8510030634
    Peso: 0,72 kg




    Uma vez eu li, num cartaz de show do Roberto Carlos, o seguinte: “ídolos mudam a nossa vida, mitos marcam a nossa história”. Isso se aplica aos dois personagens, mas vamos falar por enquanto do Senhor dos Domingos.
    A carreira de Silvio sempre me instigou. Esta foi a primeira biografia que li e que comprei. A história de um moleque pobre, camelô e que se tornou patrão e dono do sorriso mais famoso da televisão é, no mínimo, chamativa. Mas há muito mais por traz da lenda viva, que há tanto tempo divide sua alegria com o seu público.

    Em 2012, a revista Forbes revelou, em uma pesquisa feita com consumidores brasileiros pelo Instituto inglês Future Poll, que Silvio era o mais admirado pelos brasileiros, superando nomes como Ayrton Senna, Pelé, Lula, Bill Gates e, vejam só, até Jesus Cristo!

    A primeira edição do livro, lançado em novembro de 2000 foi um grande sucesso e atingiu a marca dos 120.000 exemplares vendidos. A nova versão, reeditada pelo jornalista Arlindo Silva, falecido em 2011, (chefe de Jornalismo da TVS/SBT e assessor de comunicação do apresentador) traz o resumo de toda a história de Silvio Santos.

    A trajetória — desde os tempos de infância, vivida no Rio de Janeiro, até o início do novo milênio — além de narrar os dramas e as glórias (que não foram poucas) vividas por Silvio Santos em 2001: a homenagem no Carnaval do Rio de Janeiro em 2001, O sucesso da Casa Dos Artistas, o seu sequestro, além de mais de trinta páginas de fotos estão nessa nova versão resumida e mais dinâmica.

    Quem não leu, não pode perder. Quem já leu, vai poder aproveitar a oportunidade de saber os detalhes mais recentes da vida deste que é o grande comunicador brasileiro e que quase foi presidente da república!



  • Super Recomendado, Nota:



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    Por hoje ficamos por aqui galerinha, espero que vocês tenham gostado das dicas de hoje e até semana que vem!

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    Criticas e Resenhas #001 - Bíblia Em Ação – HQ


    Desde muito garoto sou fascinado pelos livros. As capas coloridas, o peso, o cheiro... sei lá, tudo neles sempre me chamaram à atenção.

    Meus pais, sempre muito humildes, nunca foram adeptos desse hábito. Apesar de não se ter muitos recursos para a compra de livros, sempre se tinha algo pra ler ou, quando se é muito pequeno, pra ver.

    Como em toda casa cristã, apesar das preferências judaicas de meu pai ou católicas de minha mãe, havia muitos livros religiosos por lá. Tudo que era leitura gratuita sobre fé brotava das gavetas.

    Em cima dessas minhas memórias, quando estava trabalhando no projeto desse site, me lembrei de minhas primeiras leituras. E curiosamente não foram às que tinham lá em casa, mas sim, na das minhas irmãs mais velhas:




    Título: Novo Testamento Ilustrado

    Autor: David Caleb Cook
    ISBN: 1555136915
    Ano: 1991 / Edição: 1ª
    Editora: Liga Bíblica Mundial
    Acabamento: Brochura
    Número de Páginas: 250
    Formato: 14 x 21
    Idioma: Português










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    Como o tema era recorrente, me interessei “nas figuras”. Eram ilustrações bonitas e que chamavam muito a minha atenção. Eu não era alfabetizado quando tive contato com este livro, mas adorava as imagens dos quadrinhos.


    Confesso que minha infância, nos anos 1990, era cercada da imagem do Cristo: na TV, na Igreja, nas figuras de livros e até no chaveiro que minha mãe usava na época. Era uma figura que me deixava muito amedrontado, a ponto de me mijar todo. Só não fazia isso, porque sabia que se o fizesse, a sova da minha mãe seria certeira! Lembro que corria do quarto, aos berros, com o Jesus que passava na TV, no encerramento daquele programa do Silvio Santos, a Porta da Esperança. A voz imponente dizia: “um dia, ainda vamos nos encontrar!”; Veja se isso não assusta qualquer criança:






    Enfim, passados os anos, os sustos e alguns dos meus medos de menino, recentemente me deparo com um remake daquele livrinho que tanto me chamava à atenção na infância. Não teve jeito. Comprei e me espantei pela qualidade do trabalho:






    Título: Bíblia Em Ação

    Subtítulo: A História da Salvação do Mundo – HQ
    Editora: Geográfica
    ISBN: 7897185850093
    Ano: 2011
    Papel: Couchê 70g/m2 - 4 cores
    Formato: 15,5 x 22,8cm
    Número de Páginas: 752
    Título Original: The Action Bible
    Tradutor: Ana Paula Garcia Spolon
    Ilustrador e Autor: Sergio Cariello






    A edição e o livro como um todo é uma obra prima. Os amantes de HQs, assim como eu, são só elogios: não perde em nada para os produtos da gringa! Sergio Cariello, artista brasileiro internacionalmente reconhecido, ilustrou com maestria esta adaptação da Bíblia, na qual demorou 3 anos para ser concluída.

    Traz mais de 200 narrativas em linguagem fácil (contemporânea, clara e forte), ritmo acelerado e em ordem cronológica, desde a Gênesis até o Apocalipse. Ao desembalar, se sente um pouco do cheiro de tinta, mas nada que tire o brilho do trabalho.

    As cores vibrantes, traço realista e super detalhado, com destaque às cenas mais dramáticas das Escrituras Sagradas, harmonizam perfeitamente com o texto bem escrito e cadenciado leva à uma experiência emocionante da história mais incrível que já foi escrita e mais vendida em todos os tempos. Os textos foram adaptados da versão original de David C. Cook (aquele, do livrinho da minha infância, rs...) numa tradução primorosa para o português, feitos por Ana Paula Garcia Spolon e Jorge Camargo.

    Quanto ao conteúdo, por se tratar de uma temática doutrinária, trata-se de um livro indispensável ao ser humano. Pode parecer um comentário simples, mas a crítica bíblica é uma área do conhecimento teológico e filosófico. E por não possuir um embasamento profundo neste prisma, não sou o mais recomendado para discutir sobre toda sua simbologia. Mas sua importância é a igual a Torá, o Alcorão, a Codificação Espírita e as demais escrituras sacras das religiões monoteístas e abraâmicas.

    A importante figura do reformador João Calvino, pai doutrinário do Presbiterianismo, dizia que "a fé não consiste na ignorância, mas no conhecimento". E é ao trabalho de evangelização do Presbiterianos a quem devemos esta brilhante ideia, fundamentada por David Caleb Cook, em reinventar a narrativa bíblica em quadrinhos, ainda no século XIX. Mostrar histórias heroicas, tendo Deus como o líder e herói dos heróis, é a grande sacada da ideia adaptada aos dias atuais.

    Infelizmente, a Bíblia em Ação é muito boa, mas não é perfeita. Há alguns erros de digitação, de interpretação e chegando a ser bem resumida em algumas passagens. Há momentos muito dramáticos e de enquadramentos muito bem elaborados. Porém, há partes em que o texto fica extremamente simplório. Apesar de seu tamanho, ela não conta todas as histórias da Bíblia em detalhes. Pelo fato de já ter lido algumas vezes a Bíblia, fica a sensação de ter ficado uma coisinha ou outra de fora.

    Porém, ela cumpre belissimamente o papel de leitura complementar ou inicial, numa edição elaborada especialmente para o público que se destina: o infanto-juvenil. Mas confesso que deixa também os leitores mais experientes boquiabertos com a alta qualidade do trabalho. Compensa cada centavo de seu preço, tanto para colecionar, quanto para navegar numa leitura gostosa e agradável.




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